Política

Partido dos Trabalhadores viabiliza mudanças em secretarias

Mudanças são reflexos das eleições internas da legenda em Alagoas, que tem como presidente o deputado Ronaldo Medeiros

Por Emanuelle Vanderlei - colaboradora / Tribuna Independente 22/08/2025 08h25
Partido dos Trabalhadores viabiliza mudanças em secretarias
Judson Cabral vai comandar a Secretaria de Meio Ambiente enquanto Marcelo Nascimento estará à frente da pasta dos Direitos Humanos - Foto: Sandro Lima e Assessoria

Mesmo sem nomeação ainda, já foi confirmado pelo Governo do Estado que as pastas comandadas pelo Partido dos Trabalhadores (PT) em Alagoas terão novos secretários. A posse deve acontecer na próxima semana. A Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), sai das mãos de Gino César e passa para Judson Cabral, enquanto a Secretaria de Direitos Humanos, que foi desmembrada recentemente da Secretaria da Mulher, terá a troca de Maria Silva por Marcelo Nascimento.

A mudança é um reflexo do resultado das eleições internas do PT, que aconteceram em julho e definiram uma mudança histórica no comando do partido. Pela primeira vez a corrente política do deputado Paulão perde a presidência, e reduz o tamanho para 30% dos votos. O presidente eleito, deputado Ronaldo Medeiros, já havia adiantado no início deste mês, em entrevista à Tribuna, que haveria essa redistribuição. “É legítimo que os grupos que saíram vencedores postulem cargos”.

Os indicados mantêm cautela e reforçam que ainda não foram nomeados, mas reforçam suas credenciais e garantem estar prontos para assumir. O engenheiro Judson Cabral, que está na Resistência Socialista, mesma corrente política de Ronaldo, tem a formação técnica e atuação política. “Fui convidado e me coloquei à disposição, visto que é uma área que eu tenho especialização, especial em engenharia ambiental, então estava à disposição do partido e logicamente, com a experiência já vivida em outras missões de gestão pública, coloquei meu nome à disposição”.

Judson afirmou que durante o mandato de deputado, também atuou na área. “Eu presidi a Comissão do Meio Ambiente, a lei de combate à desertificação no Estado de Alagoas foi de minha autoria, eu sempre estive presente nessa discussão. O desafio do meio ambiente está na ordem do dia, nós hoje vivemos muito esse processo, principalmente a questão do clima, das agressões, os desmatamentos, então está na ordem do dia a questão inclusive que esse ano vai ter a COP30”.

Para a gestão, já tem o plano definido. “Eu buscarei, logicamente, dialogar, ouvir os setores competentes da secretaria e certamente fazer o melhor possível, porque tudo hoje passa pela dinâmica do meio ambiente, da preservação ambiental”.

MILITÂNCIA

Nos Direitos Humanos, a vaga ficou para Marcelo Nascimento da corrente Movimento PT, que compôs a chapa junto com Medeiros nas eleições internas. Ele informa que está familiarizado com a temática, e que além de ter formação acadêmica tem militância na área.

“Eu sou bacharel em Direito, pós-graduado em direitos humanos. A minha trajetória política e profissional se deu muito nesse campo, fui coordenador do Fórum Contra a Violência em Alagoas na década de noventa, na época nós tínhamos um dossiê da violência em Alagoas que nós lançávamos todos os anos era uma espécie de um dossiê paralelo aos dados da Secretaria de Segurança Pública. É uma área que eu tenho me dedicado pelo menos nos últimos quase trinta anos. Com passagem por conselhos de direitos humanos, conselho LGBT, fui coordenador do Movimento Nacional de direitos”.

A defesa das minorias começou pela sua própria luta. “A minha trajetória nos direitos humanos deu-se a partir da militância no movimento LGBT, mas antes do movimento LGBT eu fui presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e travestis. Eu sou um dos fundadores do Conselho de Direitos Humanos do Estado, nos anos 90, ajudei inclusive a formular o primeiro plano de direitos humanos de Alagoas”.

A expectativa agora, é conseguir entregar resultados. “A ideia é que nesse um ano e poucos meses que nós temos, do governador Paulo Dantas, que a gente possa implementar ações significativas, em uma política de direitos humanos no estado de Alagoas. A ideia é que a gente resgate o primeiro plano de direitos humanos que foi lançado aqui em Alagoas, faça uma atualização”.