Política

Deputado não é contra candidatura ao Senado, mas preza por cautela

Por Emanuelle Vanderlei - colaboradora / Tribuna Independente 10/07/2025 08h09
Deputado não é contra candidatura ao Senado, mas preza por cautela
Deputado federal Paulão tem pretensões de disputar o cargo de senador - Foto: Edilson Omena

Um mês antes das eleições do último domingo, a direção executiva do PT Alagoas publicou uma resolução definindo rumos para as eleições 2026. Entre as definições foi colocada a pré-candidatura de Paulão ao Senado Federal.

O deputado estadual e eleito presidente do PTAL, Ronaldo Medeiros deixou claro que não pretende se opor à candidatura, mas criticou a publicação.

“Não tenho nada contra, ele nunca me pediu voto, nem nunca veio me pedir apoio para ser candidato, eu como deputado. Qual o partido que não quer um senador? Nós queremos. Agora isso tem que ser discutido. Essa candidatura ela passa por Brasília também, pelo diretório nacional. Então isso tem que ser bem construído. O partido tem que ser ouvido. A gente tem que dialogar com todo mundo. Eu não posso dizer que sou candidato sem ouvir o partido”.

Na perspectiva de Ronaldo, foi um erro. “Essa nota do partido foi uma nota infeliz. No final de gestão ninguém faz isso, no final de gestão ninguém faz planos para o futuro, um futuro que ninguém sabia quem ia ganhar, uma eleição em disputa. Uma nota açodada, e ninguém ganha a eleição com nota. Ninguém ganha a eleição e ninguém é candidato com nota. A eleição de uma candidatura majoritária ela se dá no dia a dia, uma candidatura se constrói um diálogo, primeiro com os companheiros do partido, depois com os aliados buscando-se apoio. Ninguém pode impor uma candidatura por nós. Um grupo de iluminados não pode impor uma candidatura, nós temos que que construir. Construir no diálogo, no convencimento. Essa é a minha opinião”, comenta.

Mesmo tendo publicamente boas relações com o grupo governista de Paulo Dantas (MDB) e dos Calheiros, ele não concorda com a resolução ter definido sobre isso também. A estratégia é única: “Ouvir o partido!”. E compara o que pretende fazer com a forma que diz que hoje está acontecendo.

“Eles se acostumaram a fazer tudo por nota. Empurrar goela abaixo. Quando você faz isso, as pessoas se afastam do partido. Se você não é escutado em nada. Você participa de um partido político que se diz democrático, mas que ninguém te escuta. Então nós vamos escutar, vamos fazer reuniões lá no sertão, no Agreste, Zona da Mata, aqui em Maceió, na região metropolitana pra escutar. Escutar os presidentes, escutar os filiados do partido. Depois decidir. Eu pretendo dar um ritmo diferente. Porque eu não posso fazer o que eu criticava, senão eu estou mais errado ainda”.