Com as negociações nacionais em andamento para a possível criação de uma federação entre MDB e Republicanos em 2026, as lideranças alagoanas repercutiram sobre o tema, que causou polêmica entre integrantes que são parte interessada nas eleições 2026.

Na semana passada, Maceió sediou o evento do MDB que abordou os rumos da legenda e as estratégias para a política nacional. o senador Renan Calheiros, que preside a sigla em Alagoas, foi questionado a respeito da federação MDB e Republicanos para as eleições do próximo ano.

“Em nenhum momento, nós que estamos conversando sobre a possibilidade de fazer uma federação, em nenhum momento nós pensamos em Davi Filho [ex-deputado estadual e pré-candidato ao Senado pelo Republicanos], nem Antonio Albuquerque [deputado estadual]. A gente tem pensado em uma coisa que possa fortificar nacionalmente o partido, inclusive aqui em Alagoas”, avaliou o senador, ao ser entrevistado pela reportagem do portal 7 Segundos.

Vale lembrar que Renan Calheiros e Antonio Albuquerque já protagonizaram alianças políticas históricas que culminaram em vitórias eleitorais para ambos.

Sobre o ex-deputado Davi Davino Filho, o senador agiu como se não soubesse exatamente de quem se trata. “Não sou muito especialista em Davi Filho, não tenho muita convivência com ele. Soube que recentemente saiu de um partido”, disse Renan ao recordar que Davi Filho deixou o Progressistas (PP), do deputado Arthur Lira, para se filiar ao Republicanos.

Nas redes sociais, Albuquerque respondeu à atitude com ironia. Ele reproduziu um trecho do vídeo da entrevista junto com um meme (vídeo engraçado viralizado na internet) de um garoto ouvindo o que ele diz e reagindo às gargalhadas. O deputado estadual não se pronunciou textualmente, não falou sobre o assunto, apenas publicou o vídeo.

Nos comentários do vídeo do deputado, Davi Davino Filho (Republicanos) também se posicionou. Davino comentou as palavras de Calheiros sobre não ter convivência com ele sinalizando que deve permanecer assim. “E continuará sem ter”, disse ele.

No mês passado, em contato com a reportagem da Tribuna Independente, o deputado estadual se mostrou contrário à federação entre MDB e Republicanos.

CONTEXTO

Com a formação da federação, temporariamente é como se eles fossem um partido só, e o MDB já tem nomes para Senado e Governo do Estado.

ORGANIZAÇÃO

Uma federação partidária pode ser formada por dois ou mais partidos políticos que se unem para atuar como um só por pelo menos quatro anos.

Elas são forma de os partidos se juntarem para competir em eleições, funcionando de maneira unificada, como se fossem um só.

Por atuar como uma só legenda, as federações estão submetidas às mesmas regras que são aplicadas aos partidos políticos.

Dessa forma, uma federação tem permissão de formar uma coligação com outros partidos para disputa de cargos majoritários (como para prefeito, em 2024). Porém, não é permitido se coligar a outros partidos em eleições proporcionais (como vereador, em 2024).

Caso ocorra o desligamento de um partido de uma federação, ela terá permissão de continuidade, desde que ao menos dois partidos permaneçam no grupo.

O partido que optar por deixar uma federação antes de completar o prazo de quatro anos sofrerá algumas punições, como não fazer coligação nas próximas duas eleições e ficar proibido de utilizar o fundo partidário até a data prevista para o fim da federação.