Política

Comissão da Memória, Verdade, Justiça e Reparação da Ufal inicia os trabalhos

Próxima reunião já está agendada para o dia 30 de junho

Por Lenilda Luna / Ascom Ufal 07/06/2025 01h10 - Atualizado em 07/06/2025 01h45
Comissão da Memória, Verdade, Justiça e Reparação da Ufal inicia os trabalhos
Encontro foi marcado por um sentimento coletivo de compromisso diante da missão de apurar e buscar reparação para as violações de direitos humanos cometidas no período da ditadura militar - Foto: Ascom Ufal

Na quarta-feira (4), a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) viveu mais um momento histórico com a realização da primeira reunião da Comissão da Memória, Verdade, Justiça e Reparação da Ufal. O encontro ocorreu durante a tarde, de forma híbrida, reunindo presencialmente os membros na Sala dos Conselhos da Reitoria, além da participação remota de integrantes da Comissão.

A reunião marcou oficialmente o início dos trabalhos da comissão, aprovada recentemente pelo Conselho Universitário (Consuni). O encontro foi marcado por um sentimento coletivo de compromisso diante da missão de apurar e buscar reparação para as violações de direitos humanos cometidas no período da Ditadura Militar, no âmbito da universidade.

Durante a reunião, presidida pela professora Emanuelle Rodrigues, foi feita uma leitura coletiva da Resolução nº 58/2025 do Consuni e do Regimento Interno da Comissão, com apontamentos importantes que resultaram em ajustes no texto original. A versão revisada será encaminhada para consolidação final e publicação ainda nesta semana.

Os membros também discutiram a criação de um cronograma de atividades, a proposta de editais para seleção de bolsistas e colaboradores voluntários e a estruturação inicial dos Grupos de Trabalho (GTs). Foi ainda indicada a relatoria da Comissão, que ficará a cargo do professor Rodrigo Alcântara, do curso de História da Ufal e pesquisador sobre a História das Esquerdas e dos Trabalhadores no Brasil.

Entre os GTs propostos, estão eixos dedicados a temas como acervos históricos, movimento estudantil, censura e autonomia universitária, diversidade, gênero e questão racial, e estrutura institucional da Ufal durante o regime militar. Também foi apontada a necessidade de articulação com outras Comissões da Verdade, como a Comissão Estadual Jayme Miranda e iniciativas similares de outras universidades, especialmente do Nordeste.

A criação da Comissão está vinculada à histórica aprovação da diplomação simbólica de estudantes da Ufal mortos durante a Ditadura Militar. Agora, com a instalação oficial do grupo, a universidade dá início a uma nova etapa de sua trajetória institucional, voltada para a verdade, a justiça e a reparação das violações cometidas pelo Estado.

A professora Emanuelle Rodrigues destaca que a organização das tarefas será fundamental para alcançar resultados efetivos. “Isso também envolve um calendário de reuniões com membros de outras comissões da Verdade, incluindo a de Alagoas. Também precisamos definir quais serão as atividades de médio e longo prazo”, ressalta a presidente da Comissão.

A próxima reunião da Comissão foi agendada para o dia 30 de junho, às 9h, também na Sala dos Conselhos. Até lá, os membros darão sequência à organização interna e às primeiras ações, que pretende também materiais institucionais. “A Bienal do Livro está próxima e essa será uma data importante para apresentar para a sociedade a comissão e o importante papel que a Ufal vem desempenhando nessa luta”, finaliza Emanuelle.

Leia sobre a sessão do Consuni que aprovou a comissão aqui.

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