Política
Vereadores criticam mudanças no Mercado de Jaraguá
Debate sobre gestão do equipamento público foi levantado pelos parlamentares, que irão cobrar informações em audiência na Câmara

Vereadores de Maceió discutiram, na sessão de ontem (5), a iniciativa do Governo do Estado de encerrar a concessão do prédio em que hoje funciona o Mercado de Jaraguá, administrado pela prefeitura. Enquanto alguns parlamentares demonstraram preocupação com a situação dos pequenos comerciantes que atuam no local, outros informaram que o Governo pretende criar um polo gastronômico, mantendo os mesmos comerciantes.
O tema foi levantado ainda no início da sessão pelo vereador David Empregos (União Brasil), ao ler uma notificação extrajudicial recebida pela prefeitura, onde o Estado solicita a desocupação do imóvel até outubro, e informa que se não for desocupado poderá adotar medidas coercitivas. O parlamentar afirmou ter sido procurado pelas pessoas que trabalham no local e fez críticas ao Governo do Estado, acusando o poder estadual de ter fechado outros espaços públicos (com exemplos da saúde) com a justificativa de fazer reformas, que segundo ele nunca foram entregues.
Milton Ronalsa (PSB) fez um aparte para dizer que procurou o Governo do Estado, e confirmou que há o interesse de assumir a partir de outubro.
“O interesse é manter todos os permissionários, não vai mexer com os atuais permissionários e realmente existe a possibilidade de uma revitalização e criar um novo polo turístico no mercado de Jaraguá”.
O líder da bancada do MDB, vereador Allan Pierre, se pronunciou lembrando que há meses tenta uma audiência pública sobre o mercado, que ele chamou de patrimônio histórico-cultural gastronômico da cidade de Maceió.
Pierre apelou para que os colegas evitem alarde sobre o tema.
“O que nós precisamos neste momento é buscar informações e não trazer um medo para aqueles permissionários. Eu li a notificação, a notificação não dizia que ia tirar os permissionários não, ela dizia que quem é o dono do prédio ou patrimônio estava dizendo a quem cedeu que queria o patrimônio de volta, o que é normal. A sessão tem um período determinado ele não é indeterminado”.
O vereador Rui Palmeira (PSD), que já atuou como prefeito de Maceió, falou sobre a movimentação que aconteceu durante sua gestão para evitar que o mercado fosse leiloado. “Conseguimos, com o apoio do Ministério Público e do próprio governo do estado, tirar esse equipamento tão importante desse leilão, mas havia um risco. A gente sabia que havia investidores privados interessados nesse mercado de Jaraguá, e a gente sabe que quando vai a um leilão por dívidas trabalhistas, ele vai com um valor com grande deságio. Então a gente realmente tem que ter essa preocupação”.
Na avaliação de Rui, é necessário consultar os permissionários para saber se há aceitação em uma mudança de estilo. “Quem disse que os que lá estão querem aquilo como um mercado gourmet? O primeiro ponto é conversar com aquelas pessoas que vivem do mercado, que já é um polo gastronômico, não vai virar. Tem que perguntar se aqueles permissionários querem uma mudança no estilo do mercado, que é uma tradição na cidade de Maceió, servindo comida típica, uma cerveja gelada, o café da manhã, enfim, todos nós frequentamos aquele mercado”.
Já o presidente da Câmara, vereador Chico Filho (PL), foi enfático em reforçar a preocupação com o tema. “Não queiram dizer que não tem por que se preocupar, existe o pedido do Estado da Carph que está em liquidação. Liquidação é: sendo extinta. E o que a Carph vai fazer com esse prédio?”. Ele reclamou do silêncio do Governo do Estado sobre o assunto, que não chegou a se pronunciar oficialmente.
Para Chico, os parlamentares são interlocutores, mas não podem assumir compromisso no lugar do Governo. “Eu, no lugar de um permissionário, eu estaria preocupado. Eu estaria preocupado. E, como eu disse, eu procuraria os vereadores, procuraria os deputados, procuraria qualquer pessoa para nos ajudar. E nós estamos aqui para ajudar os permissionários. Mas nenhum vereador aqui, nem deputado, pode chegar aqui e garantir. Tem que vir alguém do Governo do Estado dizendo qual o projeto que eles querem com isso”.
E levantou o questionamento sobre a dificuldade que é administrar mercados, e que não conhece mercado administrado por governo estadual.
“Qual secretaria vai ser responsável quando a administração do mercado for do estado? Eu desconheço até outros mercados que sejam administrados pelo estado. Alguém conhece? O vereador Rui foi prefeito 8 anos, sabe o quanto é difícil administrar mercado. Todos nós aqui sabemos”.
A discussão foi ampla, tomando a maior parte da sessão. Ficou marcada uma reunião entre os vereadores e representantes do mercado, além da possibilidade de marcar uma sessão pública sobre o tema.
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