Política

Deputado Alfredo Gaspar não mudará conduta após federação

Partido Progressista e União Brasil formaram federação e um dos debates é finalizar apoio ao governo Lula no Congresso Nacional

Por Thayanne Magalhães / Tribuna Independente com Agências 03/05/2025 08h35 - Atualizado em 03/05/2025 08h47
Deputado Alfredo Gaspar não mudará conduta após federação
Alfredo Gaspar garante que seguirá como oposição ao governo Lula após federação PP e União Brasil - Foto: Sandro Lima / Arquivo

A federação partidária entre União Brasil e Progressistas (PP) foi oficialmente anunciada na terça-feira (29/4), em Brasília, e já nasce como a maior força política da Câmara dos Deputados, reunindo 108 parlamentares e cerca de 1.400 prefeitos em todo o país. A nova aliança, que terá validade mínima de quatro anos, se consolida como a principal federação partidária desde a aprovação do modelo em 2021, e deve ter efeitos diretos nas eleições municipais de 2024 e gerais de 2026.

Desde que as conversas entre PP e União Brasil começaram, informações de bastidor no Congresso Nacional davam conta de que o ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) seria o presidente. Entretanto, integrantes do União Brasil não aceitaram. Assim, a decisão das legendas passou a ser a definição de dois “copresidentes” em 2024: Ciro Nogueira (atual presidente do PP) e Antônio Rueda (presidente do União).

Segundo integrantes das legendas, a partir de 2025 a federação contará com um presidente, ainda a ser definido.

O grupo contará com 15 senadores, além dos mais de mil prefeitos filiados às legendas. Segundo levantamento dos partidos, a federação representará também mais de 11 mil vereadores e mais de 100 deputados estaduais.

Em Alagoas, apenas o deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil), se pronunciou, sobre a federação.

“O anúncio da federação entre União Brasil e PP não altera minha postura política. Continuarei exercendo meu mandato de forma independente, coerente com os princípios que sempre me guiaram. Desde que assumi como deputado federal, tenho me mantido na oposição consciente ao governo federal. Minha trajetória sempre foi pautada pela justiça, pelo combate à corrupção e à violência, além da busca do bem das pessoas”, afirmou o parlamentar em contato com a reportagem da Tribuna Independente.

Desde o final do ano passado, Alfredo Gaspar estava avançando nas estratégias para assumir a presidência do União Brasil em Alagoas. “Continuarei sendo oposição consciente ao governo federal, fiscalizando suas ações e denunciando qualquer forma de corrupção, desvio de dinheiro ou descaso com a população. Minha atuação será sempre guiada pela independência e pela coerência com os valores que acredito”, concluiu o deputado sobre a federação.

A formação partidária entre PP e União Brasil impacta politicamente em políticos que estão no exercício do mandato em Alagoas, a exemplo de vereadores como Thiago Prado (PP), David Empregos (União Brasil), deputados federais Marx Beltrão (PP), Fábio Costa (PP) e Daniel Barbosa (PP). Todos foram procurados pela reportagem da Tribuna Independente para uma avaliação a respeito da federação, mas até o fechamento desta edição, não houve êxito.

DESEMBARQUE DO GOVERNO

Esse tema divide os caciques dos dois partidos. Ciro Nogueira, por exemplo, presidente do PP, defende publicamente que a legenda entregue o Ministério do Esporte, atualmente comandado por André Fufuca (PP-MA). A legenda também comanda a Caixa Econômica Federal.

Articuladores políticos do PP na Câmara, porém, dizem internamente ser contra a ideia de Ciro. Alegam que, com o comando de um ministério, o partido tem trânsito com o Palácio do Planalto, tem parlamentares recebidos por ministros e consegue emendas e relatorias de projetos que interessam ao governo e têm apelo popular – a exemplo da proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.

No União Brasil também há divisão sobre o partido comandar ministério. Interlocutores do deputado Pedro Lucas (União-MA), por exemplo, afirmam que ele “nunca” quis assumir o Ministério das Comunicações, mas, ao mesmo tempo, entende que o partido precisa integrar o primeiro escalão do governo Lula para garantir trânsito com o Palácio do Planalto.

Um dos nomes mais influentes do partido, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), foi quem indicou o atual ministro, Frederico Siqueira Filho, que assumiu a pasta após Pedro Lucas ter recusado o convite de Lula. O União ainda comanda outros ministérios e órgãos de segundo escalão.