Política

PSB deve manter atual comando em Alagoas

Vice-presidente do partido, Vitor Pereira destaca que legenda foi reestruturada e conta com prefeitos, vereadores e é da base de Paulo Dantas

Por Thayanne Magalhães - repórter / Tribuna Independente 30/04/2025 09h15
PSB deve manter atual comando em Alagoas
Para Vitor Pereira, secretário do Estado de Governo, mudança no comando do Partido Socialista Brasileiro em Alagoas não é realidade - Foto: Edilson Omena

O futuro do Partido Socialista em Brasileiro (PSB) em Alagoas, diante da movimentação partidária do governador Paulo Dantas (MDB), que anunciou o PSD como legenda integrante de seu aliado e deputado federal, Luciano Amaral, que vai presidir a sigla, tem se levantado questionamentos políticos se o PSB seguirá sob o comando do chefe do Poder Executivo.

Em contato com a reportagem da Tribuna Independente, ao menos por ora, a direção estadual da legenda não deve passar por mudanças. É o que afirmou o secretário de Estado de Governo, Vítor Pereira, que também ocupa a vice-presidência do PSB em Alagoas.

Ele descartou a possibilidade de alteração no comando do partido no curto prazo. “Penso que não [haverá mudanças]. Nós reestruturamos o partido na capital e no interior. Elegemos prefeitos e vereadores. O PSB faz parte do governo Lula e do governo Paulo [Dantas]. Portanto, há um alinhamento entre o diretório estadual e o diretório nacional”, afirmou o vice-presidente da sigla no estado.

Nas últimas semanas, circularam informações de que o grupo político ligado a Paulo Dantas poderia deixar o comando do PSB após a filiação do governador ao PSD. A mudança poderia abrir espaço para outro grupo assumir a direção da legenda em Alagoas, o que não é confirmado oficialmente por nenhuma das partes.

A permanência de nomes ligados ao governador no diretório estadual do PSB, no entanto, sinaliza que a sigla pode continuar integrando a base de apoio do Palácio República dos Palmares, mesmo após a migração de Dantas para o PSD, partido comandado nacionalmente por Gilberto Kassab e que, em Alagoas, deve estar sob influência do presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor (MDB).

O PSB tem presença modesta no cenário político alagoano, mas sua atuação tem ganhado fôlego em algumas regiões. Em Maceió, por exemplo, a legenda conta com dois vereadores. O partido também tem representação em outros municípios e conseguiu eleger prefeitos nas eleições de 2020, conforme lembrou Vítor Pereira.

Ainda assim, a sigla não comanda nenhuma das maiores prefeituras do estado e se prepara para o desafio de ampliar sua presença nas eleições municipais deste ano. Nos bastidores, há expectativa sobre o papel que o PSB desempenhará em chapas majoritárias ou coligações proporcionais, especialmente em cidades-polo do interior e na capital.
O alinhamento com o governo federal também pode ser um trunfo do partido para atrair candidaturas e alianças estratégicas. Como integra a base do presidente Lula, o PSB pode utilizar sua estrutura nacional para reforçar campanhas locais e garantir visibilidade a nomes ligados à legenda.

Procurada pela reportagem, a presidente estadual do PSB, Paula Dantas, não retornou até o fechamento desta edição.

POTENCIAL ADVERSÁRIO

Nacionalmente, o cenário do PSB tem mobilizado até um possível retorno do prefeito de Maceió, JHC (PL), que tem evitado tratar sobre o tema, ao menos publicamente. A volta de JHC ao partido socialista estaria dependendo de uma nomeação da procuradora Marluce Caldas para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Tudo depende de uma canetada do presidente Lula, e JHC tem acompanhado de perto essa movimentação em Brasília.

PARTIDO LEAL AO GOVERNO

Na última semana, o prefeito do Recife, João Campos, disse que espera “reconhecimento” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação ao seu partido, o PSB, pela lealdade diante da “disfunção” pelo qual passa o governo federal. Campos é o maior expoente da legenda no país.

Ao falar em “disfunção”, Campos se referia aos partidos de centro que aderiram ao governo e, hoje, com a aproximação da eleição de 2026, se mostram mais distantes do Palácio do Planalto.

“O timing da eleição vai chegando e muitos daqueles que supostamente ajudam na governabilidade podem não estar com ele [governo] na eleição. Aí, você cria uma disfunção. O que a gente [PSB] espera é que possamos também ter o reconhecimento, porque o nosso partido tem uma capacidade sempre altiva, mas de lealdade, de presença e de fazer parte de um conjunto programático, que acredita em um programa”, afirmou.

Sob a benção do atual presidente do partido, Carlos Siqueira, João Campos deve assumir a presidência nacional do PSB a partir de maio, liderando a legenda na eleição de 2026.
No governo Lula, o PSB conta com o vice-presidente Geraldo Alckmin (também ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio) e Márcio França (ministro do Empreendedorismo) na Esplanada dos Ministérios.