Política
Candidatura de Medeiros recebe apoio
Membro do diretório nacional do PT, Valter Pomar chega a Alagoas para reforçar parceria com deputado que disputa presidência da legenda no estado

A disputa pela presidência do PT, tanto em âmbito nacional quanto nos diretórios estaduais e municipais, tem movimentado o cenário interno do partido. Entre os nomes que buscam liderar a legenda nos próximos anos, Valter Pomar defende um caminho que reforce a atuação coletiva, fortaleça as bases e aproxime a legenda das lutas populares.
Em visita a Maceió neste final de semana, onde participa de debates com a militância nesta final de semana, ele manifestou apoio à candidatura do deputado estadual Ronaldo Medeiros para a presidência estadual do PT em Alagoas e de Alê Costa para o comando municipal em Maceió. Para Pomar, o resultado das eleições internas será determinante para o futuro do partido e para as disputas nacionais que se aproximam.
Em entrevista à Tribuna Independente, Valter Pomar criticou o que chama de “distorção presidencialista” dentro do partido e defendeu uma condução mais descentralizada e democrática. “O PT é um projeto coletivo, abraçado por milhões de eleitores, filiados, militantes e dirigentes. Precisamos de direções que funcionem com espírito de equipe. Isso exige democracia interna, formação política e comunicação eficiente, além de diretórios que se reúnam regularmente”, afirmou.
Segundo ele, um dos desafios da legenda é reforçar seu vínculo com a classe trabalhadora, os jovens, as mulheres e a população negra. “O papel do PT é ser um instrumento da classe trabalhadora, tanto na luta imediata por melhores condições de vida quanto na luta histórica por uma sociedade socialista”, continuou.
A candidatura de Ronaldo Medeiros em Alagoas e de Alê Costa em Maceió, segundo Pomar, representa um projeto alinhado com a necessidade de fortalecer o partido no estado e aprofundar sua relação com os movimentos populares. “O PT não tem dono.
Precisamos de lideranças que compreendam a importância da base, do trabalho diário e do compromisso com as causas da nossa militância. São candidaturas que têm afinidade com o que nós defendemos na Articulação de Esquerda”, reforçou.
Pomar também falou sobre a atuação das tendências internas do PT e defendeu que a diversidade de ideias deve ser respeitada sem que isso comprometa a unidade do partido.
“O PT possui o direito de tendência. Em 2019, quando elegemos o atual Diretório Nacional, havia 14 tendências! Mas a maioria dos filiados ao PT não pertence a tendência alguma. Nossa preocupação na Articulação de Esquerda é garantir que a filiação ao PT seja um direito, e não uma obrigação de estar vinculado a uma tendência”, explicou. Ele acredita que um dos desafios do partido é garantir maior participação da militância no dia a dia da política. “Os petistas estão onde moram, trabalham, estudam e se divertem, mas as direções, muitas vezes, não estão onde os petistas estão. Precisamos de um partido mais presente nas lutas do que apenas nas eleições, pois é na mobilização pelas demandas da população que conseguimos manter e ampliar nossa votação”.
Com uma trajetória de professor de História e membro da Fundação Perseu Abramo, Pomar destacou a importância de conhecer as raízes da luta da esquerda no Brasil. “A nossa história de resistência começa com os indígenas que combateram o invasor europeu, com os escravizados que se rebelaram, com os camponeses que enfrentaram o latifúndio e com as greves operárias antes da criação do Partido Comunista. E a história do PT também não começou ontem”, pontuou. Para ele, a militância continua sendo essencial para a construção de uma sociedade sem exploração e opressão.
“Ser governo não basta, precisamos de poder. E só teremos poder quando a maior parte das classes trabalhadoras estiver consciente, organizada e mobilizada”, defendeu, citando resoluções do 6º Congresso do PT, realizado em 2017.
A visita a Maceió, segundo Pomar, tem como objetivo ouvir a base do partido e contribuir para fortalecer o debate interno sobre os rumos do PT no estado. Ele defende que a disputa interna para a nova direção do partido será importante para as eleições de 2026 e para a estratégia política da legenda no longo prazo. “Minha expectativa é, primeiro, escutar a opinião do partido em Alagoas e Maceió, pelo menos daqueles que se dispuserem a conversar conosco. E espero contribuir para que nossas candidaturas e chapas sejam bem votadas no PED de 6 de julho. Eleger uma nova direção vai nos ajudar não só na eleição de 2026, mas principalmente a transformar o Brasil”, concluiu.
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