Política
Aceno de Renan a Caldas divide opiniões de aliados
Vereador e deputado estadual analisam cenário político levantado por Renan Calheiros com vistas às eleições de 2026

O cenário de disputa política em Alagoas, vez por outra, traz alguma reviravolta. Quem ontem era aliado, hoje pode ser adversário. Nos últimos dias, o senador Renan Calheiros (MDB) fez gestos públicos bastante claros de aceno a alguns de seus principais adversários políticos no momento: os Caldas.
Na semana passada, Renan publicou um vídeo nas mídias sociais anunciando a entrega de uma pavimentação em Ibateguara, que aconteceu na última segunda-feira (16). Tanto no anúncio quanto no próprio evento de inauguração, o senador mencionou textualmente o prefeito JHC (PL) e seu pai João Caldas, ambos ex-deputados federais que teriam contribuído em Brasília para viabilizar a obra.
O gesto repercutiu não só em Alagoas, mas na mídia nacional. Entre as especulações, muita gente vê isso como uma articulação em andamento para as eleições em 2026.
Membros dos dois lados dessa polarização entre os principais grupos políticos do estado podem ter bastante interesse em uma aliança. Vagas como Governo do Estado, Senado, e Câmara Federal podem ser bem distribuídas, não deixando nenhum dos caciques sem mandato. Por outro lado, se as promessas se concretizam, há riscos para todos.
Já por parte dos Caldas, a regra ainda é o silêncio. Nenhum aceno, nenhuma menção pública, nenhum sinal de que há aliança sendo construída. O vereador Leonardo Dias (PL), com base nisso, refuta essa possibilidade. “Renan elogia quem quer. Mas eu não lembro de ter visto nenhum pronunciamento do JHC elogiando os Calheiros”.
Não esqueçamos, no entanto, que o prefeito JHC tem passado bastante tempo dedicado às articulações em Brasília, para tentar emplacar a nomeação da tia, a promotora Marluce Caldas, do Ministério Público de Alagoas, como ministra do STJ. Essa nomeação depende apenas do presidente Lula (PT), forte aliado de Renan Calheiros.
Já o deputado Silvio Camelo (PV), da base aliada do MDB, vê a trégua com bons olhos. “Alagoas está acima de qualquer divergência política. Estamos em um momento ímpar de investimentos estruturantes a exemplo de hospitais, aeroportos, rodovias duplicadas e não podemos retroagir e nem desacelerar. Temos um compromisso com o futuro do nosso Estado cabe a classe política entender esse momento e trabalhar a união por Alagoas. O senador Renan Calheiros do alto da sua experiência política deu o primeiro passo. Cabe agora os formais atores acompanharem ou não”.
Observando o cenário com cautela, a cientista política Luciana Santana acha que ainda é cedo para conclusões. “Na política, em tudo a gente tem que estar sempre antenado, observando todos os movimentos, com certeza há várias estratégias aí no meio desse jogo político. Não consigo ainda vislumbrar uma trégua assim de forma muito clara, acho que é uma sinalização que é importante, mas é fundamental que a gente veja e aguarde um pouco além para ver efetivamente quais são as cartas que estão sendo jogadas, quais são as estratégias que estão por trás dessas sinalizações que estão sendo feitas”.
Luciana Santana considera positivo o papel das oposições, mas também da conciliação. “Então, algo claro que fica interessante para o Estado é você ter os grupos tendo um diálogo republicano. Eu sempre acho que as oposições são importantes, as oposições responsáveis, e isso quem tende a ganhar sempre são as instituições e a democracia. Então, nessa perspectiva de ser uma trégua em nome de forma republicana e para atender o interesse público, eu acho que é saudável e salutar para o Estado, de uma forma geral. De qualquer forma, como eu mencionei, é importante a gente esperar um pouquinho para ver o que que vai acontecer de fato, quais são as cartas que estão sendo jogadas na mesa”.
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