O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, esteve ontem (27) em Alagoas para participar do lançamento do Complexo de Biorrefinarias Integradas de Biocombustíveis Sustentáveis Avançados e da pedra fundamental da unidade de biometanol, e-metanol e CO2 biogênico da Exygen, empresa do grupo GranBio. O evento aconteceu em São Miguel dos Campos e reuniu lideranças políticas e empresariais para marcar um investimento de R$ 1,5 bilhão no setor de energia limpa no estado.

Além de Alckmin, participaram da solenidade o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), deputados estaduais e representantes das empresas envolvidas no projeto. A Tribuna Independente acompanhou o evento e conversou com as autoridades sobre o impacto da iniciativa para a economia local e para a matriz energética do Brasil.

Em seu discurso, Alckmin destacou a importância da transição energética e classificou o empreendimento como um passo essencial para a descarbonização da matriz de transportes.

“É para ontem a gente descarbonizar, promover energia renovável, salvar o planeta. A gente fica feliz de ver aqui uma energia limpa, de carbono neutro, em São Miguel dos Campos, e ainda inovadora, lançando o metanol para poder despoluir os mares, lançando o biometano para poder substituir o fóssil”, afirmou o vice-presidente.

O governador Paulo Dantas ressaltou que a biorrefinaria coloca Alagoas na vanguarda do setor e prometeu mais investimentos.

“Tem muita gente pensando em política e eleição, mas nós estamos pensando aqui em unidade, nós estamos pensando aqui em respeitar a posição do outro, em respeitar o pacto federativo e a democracia, para construirmos um melhor ambiente, para atrairmos cada vez mais investimentos, para crescermos cada vez mais economicamente e para gerarmos mais empregos”, declarou.

O CEO da GranBio, Bernardo Gradin, afirmou que o projeto vai além da simples produção de etanol a partir de resíduos da cana-de-açúcar, destacando a integração da cadeia produtiva e os ganhos de eficiência energética.

“O que nós vamos construir aqui é o compromisso de uma cadeia produtiva inteira, que começa no fornecimento do melaço, a quem chega e consome o biometano para descarbonizar a sua emissão de transporte e, futuramente, do metanol para descarbonizar o transporte marítimo”, explicou Gradin.
Segundo ele, o empreendimento terá capacidade de produzir 600 metros cúbicos de etanol de baixo carbono por dia e gerará mais de 500 empregos diretos e 1.200 indiretos. Gradin também enfatizou o compromisso ambiental da iniciativa.

“O projeto integra a cadeia produtiva no compromisso de uso e reutilização da água a ponto da economia circular aplicada no consumo de água ser quase neutro. No uso do carbono e no ciclo do carbono para todos os produtos que sairão daqui, será neutro”, detalhou o CEO.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, reforçou que o investimento coloca Alagoas em posição estratégica no setor de energias renováveis.

“Esse investimento se conecta com o que é mais moderno na geração de energia do mundo, que é gerar energia emitindo baixo carbono ou zero carbono, ou até carbono negativo”, afirmou. Ele também destacou que o projeto se insere no contexto da reforma tributária, que pôs fim à guerra fiscal entre os estados. “Agora os estados terão que oferecer ganhos de competitividade, menores custos e uma matriz energética limpa. E Alagoas tem essa vantagem, já que 80% da sua matriz energética já é de fonte renovável, o que garante uma posição diferenciada no cenário nacional”, disse Renan Filho.