Amante do jornalismo impresso, o prefeito da Barra de São Miguel, Benedito de Lira, era respeitado pela imprensa alagoana. Ele não costumava fugir de questionamentos, e respondia das abordagens, mesmo que alguns assuntos fossem considerados espinhosos.

Para o presidente da Cooperativa de Jornalistas e Gráficos do Estado de Alagoas (Jorgraf), José Paulo Gabriel, a trajetória política de Benedito de Lira pode ser considerada um exemplo.

“Ele, o Biu de Lira, era simples e atendia a todos e, principalmente, ao jornal Tribunal Independente [Jorgraf é responsável pela impressão da Tribuna]. Ele era fiel à imprensa, principalmente à Tribuna. Certa vez, ele me chamou em 2012 e disse ‘eu posso sair na capa da Tribuna? Porque nenhum jornal em Alagoas me coloca na capa, tira foto de todos e me corta’. E ontem [terça] eu cheguei na Redação [ambiente em que os jornalistas escrevem as matérias] e disse, olha, vamos sair com a foto do Benedito, colocar a história dele e vamos dar a capa da Tribuna da edição do dia 15 para o Benedito, porque era um pedido dele antes, que ninguém dava. O senhor vai deixar um legado muito importante da política alagoana, foi o cara que mais trouxe emendas de casas para Alagoas. Vá com Deus, senador Benedito. Nós da cooperativa dos jornalistas e gráficos, perdemos um grande amigo”, destacou o presidente da Jorgraf.
Em 2016, quando Benedito de Lira era senador por Alagoas, o processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), estava transcorrendo no Senado. À época no Partido Progressistas (PP), Benedito de Lira esteve em uma agenda política em Maceió, e a Tribuna Independente foi cobrir.

Editor de Política, mas naquele dia produzindo uma reportagem sobre o impeachment, o jornalista Nigel Santana perguntou ao senador Benedito de Lira qual seria o voto dele – pela cassação ou não do mandato de Dilma – e qual poderia ser o entendimento do Senado sobre o processo.

Em resposta, Benedito de Lira foi taxativo: “Se fosse o Lula na presidência, não haveria impeachment”.