Política

Em disputa inédita, oposição retoma controle da Mesa Diretora da Câmara da Barra de Santo Antônio

Com oposição articulada, o vereador Fan do Lava Jato, que era situação, mudou de lado e tornou-se presidente da Casa

Por Tribuna Hoje 03/01/2025 22h41 - Atualizado em 04/01/2025 08h56
Em disputa inédita, oposição retoma controle da Mesa Diretora da Câmara da Barra de Santo Antônio
Barra de Santo Antônio - Foto: Edilson Omena

A Câmara Municipal de Barra de Santo Antônio, município situado ao Litoral Norte de Alagoas, foi palco de uma acirrada disputa na tarde da quarta-feira (1), jamais vista nos seus 64 anos de legislação.

Em uma tarde histórica, em um ineditismo insólito desta eleição, que nunca em toda a sua vida funcional elegeu-se uma mesa diretora contrária à chapa articulada pelo prefeito(a) eleito(a), finalmente aconteceu.

Os vereadores de oposição à prefeita Lívia Carla (Republicanos) aprenderam rapidamente os caminhos das pedras preciosas que um dia ladrilharam e, com suas expertises, articularam com maestria de verdadeiros generalistas políticos raiz, para, no último segundo, seu grupo conquistar o comando da Câmara Municipal e deixar muitos mestres da política barrense boquiabertos.

Com seu jeitinho mineiro de fazer política, o grupo formado pela coligação “A mudança que a Barra precisa", com MDB e PSB, arrebatou os vereadores Fan do Lava Jato (Solidariedade), da coligação da atual prefeita, e o fez presidente da Câmara. Também, arrebatou o vereador Gustavo Melo (PP), que apoiava a atual prefeita, e o fez secretário-tesoureiro, para que mandasse ladrilhar suas ruas com pedrinhas de brilhantes para os seus bens passearem.

Consta nos anais dos bastidores da política barrense que a prefeita Lívia Carla, meses atrás, denunciou nos órgãos de controle eleitoral que cinco dos atuais 11 vereadores eleitos estariam inelegíveis por conta da cota de gênero. Se tem fundamento ou não, só aguardando carta da Justiça Eleitoral. Isto foi o estopim para essa surda e silenciosa rebelião de alguns vereadores, que só veio à tona no último segundo da votação para eleger a mesa diretora.

Corre a boca miúda que traição como esta nunca se viu nos bastidores da política barrense. Mas esse adjetivo - traição - ainda existe mesmo no dicionário político do professor Aurélio? Pelo que vimos, o infiel, falso, fútil, frívolo, ingrato, cínico, avarento, fingido, dissimulado, despótico e traidor, há muitas décadas, em política, esses empolados e luxuosos atributos se transformaram faz tempo em pomposos adjetivos de qualidades positivas, que garantem aos que neles se espelham, em gênios prodígios que são recebidos com flores e aplausos por terem conquistado o impossível.