Política

Número de candidaturas caiu pela metade em Maceió de 2020 a 2024

Nas eleições deste ano, cenário mostra que capital tem 314 candidatos à Câmara de Vereadores

Por Emanuelle Vanderlei - colaboradora / Tribuna Independente 28/09/2024 08h40 - Atualizado em 28/09/2024 08h49
Número de candidaturas caiu pela metade em Maceió de 2020 a 2024
Eleições municipais em 2020 receberam quase o dobro de registro de candidaturas que as de 2024 - Foto: Reprodução

Em período de eleições municipais, é comum a sensação de que os candidatos a vereador estão em todos os lugares, que são muitos e que provavelmente todo mundo conhece alguém que está na disputa. Mas, a realidade é que o número de candidatos em Maceió caiu quase pela metade esse ano. Se em 2020, no auge da pandemia da Covid-19 e do isolamento social, Maceió registrou 598 candidatos a vereador, este ano os registros chegaram à marca de 314.

Para o cargo de prefeito a capital alagoana registrou um fenômeno parecido. São cinco candidatos registrados esse ano, contra 10 em 2020. Há quatro anos, disputaram a vaga Alfredo Gaspar De Mendonça (MDB); Cícero Almeida (DC); Cicero Filho (PCdoB); Corintho Campelo (PMN); Davi Davino Filho (PP); JHC (PSB); Josan Leite (Patriota); Lenilda Luna (UP); Ricardo Barbosa (PT); e Valéria Correia (PSOL). Dessa lista, além do atual prefeito JHC (PL), a única que é candidata novamente é Lenilda.

A queda é um fenômeno nacional, mas Maceió fica acima da média. De acordo com um levantamento feito pela Folha de São Paulo, o país teve uma queda de 18% enquanto por aqui o número de candidatos foi 47% menor. Em números simples a concorrência caiu bastante. Se em 2020 eram cerca de 23 pessoas por vaga, agora o número está em torno de 11 candidatos. Vale lembrar que nesses quatro anos aconteceram mudanças importantes no sistema político, como o surgimento das federações partidárias e a redução do limite de candidatos a vereador por partido.

Até a última eleição, era permitido aos partidos lançarem não apenas o número de vagas a serem preenchidas, que aqui em Maceió eram 25, e sim 150% dessa quantidade. Esse ano o número de vagas até aumentou, agora são 27 vagas, mas a nova legislação, modificada em 2021, só autoriza o número de vagas que já existe, e apenas um candidato a mais. Ou seja, o limite que era 37 passou a ser 28.

Considerando, por exemplo, que em 2020 PT, PCdoB e PV estavam separados, eles poderiam ter lançado até 111 candidatos, e agora, juntos enquanto Federação Brasil da Esperança, são 28.

Aqui em Maceió, contabilizamos 22 partidos com candidatos a vereador. Nacionalmente, serão 29 partidos concorrendo nas eleições 2024. Enquanto em 2020 havia 33 na disputa. As mudanças são atribuídas a mudanças na legislação, como a cláusula de desempenho que engessou partidos que não atingissem um patamar de 2% dos votos válidos para a Câmara dos Deputados em 2022. Com isso, nos últimos quatro anos, aconteceram duas fusões partidárias, uma foi entre PSL e DEM, que juntos criaram o União Brasil. A outra foi do PTB com o Patriota, que agora são um só, o PRD. O Solidariedade incorporou o Pros, e o Podemos se juntou ao PSC.

Nas eleições passadas, havia sido registrado um recorde nacional no número de candidatos, foram 557.678 inscritos, a maior quantidade desde 2000. Em Maceió, apesar de o número também ter sido o maior desde 2000, há uma diferença. De acordo com o levantamento da Folha de São Paulo, a última eleição que houve uma queda na quantidade nacional de candidatos em uma eleição municipal foi em 2008, quando houve a inscrição de 381,3 mil pessoas. Já na capital alagoana, tem havido oscilação em todos os pleitos.

Nas eleições de 2004, por exemplo, já havíamos registrados 392 nomes na disputa. Em 2008 já é registrada uma queda, e só 301 tentaram a vaga na Câmara de Maceió. Em 2012 tivemos 522 candidatos a vereador, e no pleito seguinte, 2016, isso caiu novamente para 233.

Na contramão dessa redução, o PL que nem tinha participado das eleições de 2020 em Maceió agora é o partido mais competitivo. Não apenas com a candidatura de JHC à reeleição, com chances de vencer no primeiro turno, mas também por contar com uma chapa com 10 vereadores de mandato tentando a reeleição. Mas aparentemente isso não trouxe muitos nomes novos, e sim nomes já conhecidos que migraram de outros partidos, como o MDB.