Político não é profissão, mas para muitas pessoas é uma carreira a ser seguida por muitos anos, seja escalando cargos maiores ou perpetuando-se na mesma vaga eleição após eleição. É comum o eleitor se acostumar com os mesmos rostos. Na atual formação da Câmara de Maceió, o vereador Davi Davino (PP) está finalizando seu 7º mandato. São 28 anos ocupando uma cadeira na Casa, e caso seja reeleito este ano pode chegar a 32, faltando muito pouco para completar o tempo obrigatório de contribuição para se aposentar.

Aos 66 anos, Davino já teria idade para se aposentar, de acordo com as regras da Previdência Social. Mas, ele não é o membro mais velho da Câmara. Cleber Costa (PL), que teve apenas um mandato completo como vereador, tem 72 anos de idade. Valmir Gomes (PT), ainda em seu primeiro mandato, está com 67.

Pelo registro do DivulgaCand, site da Justiça Eleitoral, Davi Davino nunca tentou disputar outro cargo. Todas as eleições que participou foi para vereador em Maceió. Diferentemente da maioria dos colegas, que mesmo permanecendo na Câmara já tentaram alçar voos maiores. Eduardo Canuto (PL), está concluindo seu 4º mandato como vereador e tenta renovar para o 5º, mas nas duas últimas eleições para deputado, também tentou a vaga de federal. Nas duas ocasiões, ficou como suplente. Em 2018 pelo PSDB, e em 2022 pelo PV, já na formação da Federação Brasil da Esperança junto com PT e PCdoB.

Assim como Canuto, Silvânia Barbosa (Solidariedade) está em seu 4º mandato. Antes mesmo de ser eleita vereadora pela primeira vez, em 2008, ela chegou a tentar ser deputada em 2006, mas foi considerada inapta. Em 2018, foi eleita a 2ª suplente do senador Renan Calheiros. Em 2022, tentou a vaga de deputada federal e ficou na suplência.

Chico Filho (PL), Galba Netto (PL) e Kelmann Vieira estão todos no 3º mandato. Dos três, apenas Kelmann não tentou ser deputado. Fora as eleições de vereador, só concorreu à vaga de vice-governador em 2018, na chapa que inicialmente tinha Fernando Collor como governador, mas foi substituído por Pinto de Luna. Chico Filho tentou ser deputado federal em 2006, antes mesmo de conquistar a vaga na Câmara Municipal. Em 2018 tentou vaga na Assembleia Legislativa Estadual. Não foi eleito, mas chegou à suplência. Galba Netto, por sua vez, foi candidato a deputado estadual em 2014, também ficando na suplência.

Em segundo mandato, conseguindo se manter na Câmara pelo menos por uma reeleição, estão Zé Márcio (MDB), Luciano Marinho (PL) e Siderlane Mendonça (PL). Apesar de estar no segundo mandato, Zé Márcio de certa forma é uma continuidade política. Ele é filho do ex-vereador Zé Márcio e irmão do deputado Lelo Maia (MDB). Siderlane e Luciano tem uma origem mais na liderança comunitária, aparentemente sem origens familiares na política.

Mas a possibilidade de renovação na Câmara de Maceió também parece ser grande. Além das novas vagas, já que o número foi ampliado de 25 para 27, mais de 60% dos mandatos atuais é de estreantes. São eles: Aldo Loureiro (PDT); Brivaldo Marques (PL); Cal Moreira (PL); Valmir Gomes (PT); Fernando Hollanda (MDB); Francisco Sales (PL); Gaby Ronalsa (PV); João Catunda (PP); Joãzinho (MDB); Leonardo Dias (PL); Olívia Tenório (PP); Oliveira Lima (Republicanos); e Teca Nelma (PT).

Dois deles, por escolhas pessoais, não estão disputando a reeleição: Gaby Ronalsa (PV) e Francisco Sales (União). No caso de Marcelo Palmeira (PL), que também disputa à reeleição, ele retornou ao mandato de vereador, que já exerceu em outra oportunidade, após ter passado um período de oito anos como vice do então prefeito Rui Palmeira, que hoje tenta ser eleito vereador.