Política
PT-AL não decide e pré-candidatura segue sob risco
Ricardo Barbosa aguarda deliberação nacional sobre o que ele classifica como ‘operação para atender o senador Renan Calheiros’
Esperada para a tarde de ontem (16), a decisão sobre retirada, ou não, da candidatura do petista Ricardo Barbosa à Prefeitura de Maceió acabou não acontecendo. Em entrevista à Tribuna, o presidente do PT Maceió, Marcelo Nascimento, informou que a eleição na capital alagoana foi assunto na reunião da direção nacional marcada para essa terça-feira, mas nada ficou definido.
“A reunião aconteceu, Maceió entrou na pauta, mas não decidiram. Vão remeter ao Grupo de Trabalho Eleitoral [GTE], coordenado pelo senador Humberto Costa. O GT deve se reunir na segunda-feira (22) para tratar do assunto”.
De acordo com pessoas presentes na reunião que preferiram não se identificar, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman teria afirmado que foi procurada por algumas pessoas de Alagoas, tanto do PT quanto do MDB, e ponderado que era melhor dialogar um pouco mais sobre esse assunto antes de chegar a um veredicto.
Segundo o deputado Silvio Camelo (PV), presidente da Federação Brasil da Esperança, a convenção da federação para oficializar a decisão sobre a candidatura à prefeitura de Maceió foi adiada.
“Os partidos vão manter as convenções individualizadas no sábado [20] pela manhã, onde devem oficializar as candidaturas de vereadores, ou seja, a chapa proporcional. Como o imbróglio é majoritária, cada partido delega para a Federação a decisão da majoritária. E deixamos a convenção da Federação para o último dia do prazo [legal para realizar convenções], para que eles tenham tempo de decidir nacionalmente”, explicou.
Na avaliação de Ricardo Barbosa, presidente estadual do PT e, até então, pré-candidato a prefeito pela Federação Brasil da Esperança, ter remetido ao Grupo de Trabalho Eleitoral muda o critério e ajuda a ser mais bem avaliado.
“Houve uma mudança no método de análise dessa situação de Maceió. Se é positivo ou não, eu sinceramente acho que nem uma coisa nem outra, mas houve uma mudança nesse método de análise, agora vai ter que se ver qual é o custo-benefício dessa operação de atender a vontade do senador Renan Calheiros em Alagoas e em Maceió. Eu acho que isso que vai ser analisado melhor nessa reunião do GTE”, avalia Ricardo Barbosa.
O pré-candidato do partido tem a expectativa de que o GTE possa acolher a sua candidatura, que de fato ganha um pouco de fôlego na discussão até a semana que vem. Mas, ele reconhece que o que está na mesa é a dúvida entre atender ou não o pedido do MDB. “Obviamente que o conteúdo, o objeto principal da discussão da executiva permanece o mesmo, ou seja, a reivindicação do MDB de Alagoas ao MDB nacional para retirar da candidatura do PT, e o apoio compulsório à candidatura do Rafael Brito”.
Considerando a retirada um sacrifício político, o pré-candidato levanta questionamentos sobre os resultados que isso traria.
“Será que é somar 3% de Rafael Brito com 3% de Ricardo Barbosa que dá 6%? Será que não vai ser 3% de Rafael Brito com 1% de Ricardo Barbosa? Talvez, já que não possa ser passado direta e nem compulsoriamente, os 3% para a candidatura da Rafael Brito me refira a isso. Então, às vezes a somatória que dá zero, ou até nesses resultados negativos, então creio que essa situação será melhor avaliada”, finaliza o petista.
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