Política

Alagoas comemora Dia do Cooperativismo

Modelo desenvolvido no Estado é considerado exemplo, pois contribui diretamente para o desenvolvimento econômico dos municípios

Por Thayanne Magalhães / Tribuna Independente 06/07/2024 08h15
Alagoas comemora Dia do Cooperativismo
Para Adalberon Sá Júnior, o cooperativismo em Alagoas caminha junto com o desenvolvimento social - Foto: Assessoria

O Dia do Cooperativismo é comemorado neste sábado (6) e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Sedics), por meio da Secretaria Executiva do Cooperativismo, Associativismo e Economia Solidária, realiza o Encontro do Cooperativismo Alagoano (Encoopal) na próxima segunda-feira (8), no Salão Aqualtune, no Palácio República dos Palmares.

O evento vai reunir mais de 200 cooperativas de diferentes setores econômicos a partir dos sete ramos presentes no estado: serviço, agropecuário, crédito, saúde, transportes, trabalho e imobiliário.

Em entrevista à Tribuna Independente, o secretário-executivo do Cooperativismo, Adalberon Sá Júnior, destacou que o cooperativismo em Alagoas é modelo para o Brasil por possuir uma política bem definida de fortalecimento aos gargalos econômicos e sociais por meio do cooperativismo.

“Com o Encoopal teremos, por mais um ano, momento para pactuar o compromisso em acelerar o desenvolvimento econômico e social do nosso estado. É importante destacar que o papel do cooperativismo é justamente a atuação no desenvolvimento econômico, sem perder de vista o desenvolvimento social. O cooperativismo tem um modelo de negócio capaz de gerar renda, postos de trabalho e riqueza para as pessoas envolvidas, mas, acima de tudo, tem uma preocupação diferente dos modelos de negócio tradicionais. É um negócio focado nas pessoas e no desenvolvimento da comunidade onde a cooperativa está inserida. Isso torna o cooperativismo um movimento de negócios que tem importância não só para o desenvolvimento econômico, mas também para a inclusão socioprodutiva de milhares de pessoas”, contextualiza o secretário-executivo.

Em Alagoas, Adalberon Sá Júnior conta que existem cooperativas de todos os ramos de negócios, como agricultura, crédito, trabalho (como a própria geográfica), saúde, construção civil, catadores de materiais, música, entre outros. Para ele, o cooperativismo desempenha um papel importante no desenvolvimento, gerando emprego, renda, postos de trabalho, dignidade e inclusão socioprodutiva para milhares de pessoas. Ele segue um modelo que valoriza mais a cooperação do que a competição.

“O papel do cooperativismo para a lógica do desenvolvimento sustentável é extraordinário. Esse desenvolvimento não visa apenas o lucro, mas também as pessoas e a sustentabilidade do meio ambiente. O cooperativismo cumpre um papel muito importante para o estado de Alagoas, gerando muita riqueza em todos os segmentos. Por exemplo, quase metade das nossas cooperativas são da agricultura, produzindo e colocando comida na mesa dos alagoanos e para fora do estado”, destaca.

Além das cooperativas de agricultura, Adalberon reforça que o cooperativismo de crédito e saúde também são muito fortes no estado.

“Quando falo de inclusão social, cito as cooperativas de trabalho, como as de catadores e reciclagem, que desempenham um papel significativo no estado. Essas cooperativas foram as primeiras a fechar os lixões, gerando trabalho e renda para pessoas que viviam em condições indignas. Hoje, através das cooperativas, encontraram uma forma de enfrentar aquela realidade, prestando um grandioso serviço ambiental para o estado e atuando na coleta seletiva em Maceió e várias cidades de Alagoas”, continua.

Estado já sancionou lei para fomentar ações com responsabilidade

No entendimento do secretário-executivo do Cooperativismo, Adalberon Sá Júnior, Alagoas tem se notabilizado por ser um estado pioneiro ao priorizar, por exemplo, a Lei de Fomento ao Cooperativismo.

“Acho que destacar esse pioneirismo de Alagoas é muito importante, porque nosso estado tem uma lei de política de fomento ao cooperativismo. O cooperativismo está presente na nossa Constituição como princípio para fortalecer Alagoas. Isso é muito importante porque está na base constitucional do estado. Temos uma lei criando conselhos estaduais do cooperativismo, que resgatamos e estão em pleno funcionamento. Temos também uma relação de fomento ao cooperativismo da agricultura familiar através da Unicafes [União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária], da rede de cooperativas, que tem nos permitido promover muitas ações de formação e comercialização”, compreende.

Para o secretário-executivo, o pioneirismo de Alagoas pode inspirar outros estados.

“Esse pioneirismo do governador Paulo Dantas [MDB] inclui o cooperativismo dentro da estrutura do desenvolvimento econômico. Muitas vezes, o cooperativismo está vinculado à agricultura ou à Secretaria de Trabalho, mas o governador Paulo Dantas, junto com o próprio setor, através da Unicafes, foi quem pautou a criação dessa secretaria na transição. A gestão teve um olhar extraordinário para colocar o cooperativismo na agenda do desenvolvimento econômico como modelo de negócio”, disse Adalberon.

Adalberon Sá Júnior finaliza apontando que o cooperativismo é uma iniciativa agregadora.

“O cooperativismo é um setor que consegue congregar dentro dele muitos outros setores, como saúde, agricultura, transporte, trabalho, crédito, infraestrutura e consumo. Enxergado como um todo, certamente tem um papel muito importante, por exemplo, na produção de riqueza, do PIB do estado de Alagoas, na geração de emprego e na inclusão socioeconômica das pessoas”.