Política

Aos poucos, Rafael Brito questiona ‘falta de ações’ da prefeitura

Por Thayanne Magalhães / Tribuna Independente 06/07/2024 08h05
Aos poucos, Rafael Brito questiona ‘falta de ações’ da prefeitura
Rafael Brito já tocou em assuntos complexos como a indenização da Braskem - Foto: Sandro Lima

Ainda sem vice definido, o deputado federal e pré-candidato a prefeito de Maceió pelo MDB, Rafael Brito, tem usado uma estratégia de intensificar críticas à gestão de JHC (PL) na capital, por meio das redes sociais. Aos poucos, o parlamentar também tem comparecido nas comunidades e debates políticos durante esse período de pré-campanha.

Na última semana, Rafael Brito tocou em temas considerados sensíveis e problemáticos para os moradores dos bairros afetados pela mineradora Braskem. O parlamentar criticou a empresa, apontada como responsável pelo afundamento do solo nos bairros do Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol, por ter acionado a justiça contra lideranças comunitárias e moradores da região.

As lideranças, organizadas em movimentos e associações, cobram da Braskem indenizações e reparações justas por conta dos problemas causados às famílias. Rafael Brito voltou a questionar também o acordo de R$ 1,7 bilhão feito pela Prefeitura de Maceió com a mineradora, que não contempla a população.

No entanto, não é apenas Rafael Brito o responsável por tecer críticas à empresa Braskem. Outros pré-candidatos à Prefeitura de Maceió também estão usando as redes sociais para tocar nesta ferida exposta, a exemplo de Ricardo Barbosa (PT) e Lobão (Solidariedade).

Em um evento sobre mobilidade, Rafael Brito fez duras críticas à atual gestão da cidade, destacando os problemas de mobilidade urbana. Segundo Brito, falta planejamento e participação tanto de especialistas quanto da população civil nas medidas que serão adotadas daqui em diante.

“Maceió está com o plano de mobilidade urbana atrasado. Grandes cidades precisam apresentar um plano de mobilidade urbana e somente cinco não entregaram, sendo Maceió a única do Nordeste. Estamos proibidos de receber recursos federais para investir em mobilidade por conta disso. As cidades devem se moldar à necessidade das pessoas e não as pessoas às necessidades da cidade. Parece um clichê, mas não é o que acontece na prática. A ótica é invertida. Estamos prestes a perder o corredor Vera Arruda, que pode ser aberto sem nenhum planejamento e não vai mudar coisa alguma a longo prazo”, disse Rafael Brito.

O parlamentar destacou a importância do tempo que se perde no trânsito, argumentando que isso impacta negativamente a vida dos cidadãos. “Esse tempo no trânsito é o tempo que se perde para estar com os filhos, para estar com a família. Um trajeto de 30 minutos, por exemplo, se torna 58 minutos hoje em dia. Isso é tempo perdido de vida. Não há nada mais importante do que o tempo da própria vida. Nossa vida é trabalhar, estar com nossa família. Estar preso no trânsito é perda de tempo para todos nós”, concluiu.

Outra crítica recorrente nos discursos de Rafael Brito são os R$ 8 milhões enviados para a escola de samba Beija-Flor, do Rio de Janeiro, no carnaval deste ano. “A verdade é que a educação de Maceió piorou. Isso é um dado oficial. A verdade é que o trânsito travou de vez. A verdade é que a prefeitura recebeu R$ 1.7 bilhão da Braskem e nunca deu nenhum centavo para ajudar as vítimas. A verdade é que a prefeitura gastou R$ 8 milhões com uma escola de samba do Rio de Janeiro, enquanto tem milhares de crianças sem creche aqui em Maceió”, afirmou o deputado em suas redes sociais.

Rafael Brito menciona principalmente a desigualdade social da capital de Alagoas, destacando que a parte baixa e a parte alta são tratadas de formas diferentes.

Entre os pré-candidatos da oposição, quase todos pertencem a partidos que mantêm alianças com o MDB. Exemplos disso são o Solidariedade, que lançou Lobão, e o PT, com Ricardo Barbosa. A única exceção é Lenilda Luna, da UP, que não faz parte do grupo.