Política
População teme desvalorização dos imóveis
Câmara de Vereadores de Arapiraca promove audiência pública sobre denúncias contra Mineração Vale Verde, que fica em Craíbas
Um relato emocionante na Câmara de Vereadores de Arapiraca chamou a atenção dos parlamentares e autoridades que acompanharam, ontem (16), a audiência pública sobre as explosões na Mineração Vale Verde, no Povoado Serrote da Laje, entre os municípios de Arapiraca e Craíbas, no Agreste alagoano.
O líder comunitário Tancredo Barbosa disse que os moradores do Sítio Lagoa do Mel e localidades vizinhas sofrem com as rachaduras nas casas e o risco iminente de desabamento dos imóveis, além da grande quantidade de poeira lançada no ar depois das explosões para a retirada de minérios de cobre e ferro na região.
Barbosa relatou que os moradores também sofrem com a desvalorização de seus imóveis.
“Ninguém quer comprar uma casa ou terreno perto da mineradora. Pelo contrário, muita gente está abandonando as suas casas”, lamentou.
Para o líder comunitário, o cronograma anunciado pela mineradora, antes do início de sua operação, no ano de 2021, para a retirada das famílias nas áreas mais próximas da empresa, não está sendo executado até os dias atuais.
A audiência pública foi convocada pelo presidente da Câmara de Arapiraca, Sérgio do Sindicato (PP) e foi avalizada pelos outros 18 vereadores. Os debates contaram com a presença de diretores da Mineradora Vale Verde, representantes do Ministério Público Estadual (MP/AL), da Defesa Civil, e a secretária de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente de Arapiraca, Rosa Lira.
O presidente da Câmara, Sérgio do Sindicato, avaliou como positiva a audiência pública, e aguarda que as comunidades afetadas recebam a devida ajuda.
“Contamos com a participação da sociedade, e esperamos ações positivas e efetivas para ajudar as comunidades afetadas como resultado dessa reunião”, salientou.
MAIS DE 50 ABALOS SÍSMICOS
Desde o início da extração de cobre e de outros minérios que os moradores de regiões próximas denunciam rachaduras e fissuras nas casas, devido às fortes explosões geradas pela Mineração Vale Verde (MVV).
O caso chegou ao conhecimento da Defensoria Pública da União (DPU), que solicitou vistoria nos locais e o aparelhamento das Defesas Civis Municipais de Arapiraca e Craíbas.
Com base nas informações colhidas com os moradores, o representante da DPU em Alagoas, o defensor regional de Direitos Humanos de Alagoas, Diego Alves, moveu uma Ação Civil Pública cobrando também da mineradora a contratação de uma empresa para a realização de estudos técnicos de natureza pública para identificar se há relação entre as explosões realizadas pela MVV e os danos provocados ao meio ambiente, à saúde de moradores e animais e aos imóveis da região.
Segundo apurou a Tribuna, até o momento o estudo não foi feito e as Defesas Civis Municipais não foram aparelhadas.
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