Política
Câmara vai debater sobre tremores de terra
Três cidades do Agreste têm registrado abalos com frequência e moradores estão preocupados
A grande quantidade de tremores de terra, em pelo menos três municípios do Agreste alagoano, levou a Câmara de Vereadores de Arapiraca a convocar uma audiência pública para esta quinta-feira (16). O presidente do Poder Legislativo Municipal, Sérgio do Sindicato (PP), confirmou à Tribuna a realização da audiência, a partir das 9h, no plenário da Casa.
Desde o ano passado que moradores de Arapiraca e Craíbas estão assustados com o elevado número de tremores de terra nas duas cidades. Na área rural de Craíbas, distante 16 km de Arapiraca, os abalos danificaram a estrutura de dezenas de residências. As famílias reclamam das explosões provocadas pela Mineradora Vale Verde (MVV), que atua na extração de cobre e ferro no Povoado Serrote da Laje.
Segundo os moradores, as explosões nas minas têm causado rachaduras nos imóveis, mas a mineradora nega e afirma que toda a atividade está sendo feita seguindo os padrões e normas de segurança internacionais.
Na cidade de Feira Grande, a 15 km de Arapiraca, 47 tremores de terra foram detectados pelo Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN).
Os abalos começaram no dia 29 de abril e se estenderam até o dia 5 deste mês de maio. Somente no dia 29 foram registrados 26 sismos de baixa magnitude.
MONITORAMENTO
O geofísico do LabSis/UFRN, professor Eduardo Menezes, confirmou à Tribuna a informação acerca do mais recente tremor de terra ocorrido no perímetro da empresa, no Povoado Serrote da Laje, na área rural de Craíbas. Os sensores do laboratório chegaram a detectar uma explosão de magnitude 2.0, às 15h00;38s no último dia 10 de maio.
Para o geofísico da UFRN, os tremores geralmente são ocasionados de forma natural pela movimentação terrestre, mas alguns abalos podem ser induzidos, como os provocados por explosões em mineradoras.
“A atividade mineradora é fundamental para o desenvolvimento econômico do país. Mas é essencial o monitoramento e acompanhamento seguro e um mapa geológico das falhas e zonas de cisalhamento na região. Quando se retira material do subsolo, se desestrutura, desestabiliza o solo em alguns locais. Por isso é importante fazer esses estudos, para que possa ter essa paridade e, com isso, evitar e mitigar problemas futuros.
Estudos realizados pela Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) sobre o aumento dos tremores de terra em Arapiraca também chamou a atenção dos vereadores locais.
O grupo que realizou a pesquisa é formado pelos alunos do curso de Geografia, Willian Almeida Melo e José Marcos de Araújo Feitas, sob a orientação da professora-doutora Lucicleide da Silva.
Eles fizeram um levantamento do fenômeno que vem ocorrendo na região. Os dados analisados na pesquisa são do LabSis - Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) - e do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP).
Ainda de acordo com a pesquisa, no ano de 2000 foram detectados dois tremores de terra. Em 2021, os laboratórios de sismologia registraram três abalos. No ano de 2022, já foram detectados seis tremores de terra em Arapiraca. E no ano de 2023, os laboratórios de pesquisa registraram seis abalos sísmicos.
Em junho do ano passado, a Defensoria Pública da União (DPU) acionou a Justiça Federal para cobrar que órgãos públicos realizem estudos técnicos para verificar o impacto da extração de cobre e ferro realizada pela empresa Mineração Vale Verde no município de Craíbas.
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