Política

CPI da Braskem inclui roteiro sigiloso na visita que fará a Maceió

Por razões de segurança e para evitar aglomerações, parte dos compromissos da Comissão não será divulgada

Por Ricardo Rodrigues - colaborador / Tribuna Independente 01/05/2024 17h35 - Atualizado em 01/05/2024 19h53
CPI da Braskem inclui roteiro sigiloso na visita que fará a Maceió
Visita à capital alagoana de integrantes da CPI da Braskem está marcada para o dia 8 de maio - Foto: Geraldo Magela / Agência Senado

Nem todo roteiro da visita da CPI da Braskem a Maceió, marcada para o dia 8 de maio, pode ser divulgado. Segundo a assessoria do senador Rogério Carvalho (PT), relator da Comissão, o roteiro não está totalmente definido e ainda depende da decisão final do presidente, senador Omar Aziz (PSD).

“Também depende dele [Omar Aziz] a divulgação de qual parte do roteiro será tornada pública; por razões de segurança e para evitar aglomerações em excesso, parte do roteiro só será divulgada no dia da visita”, acrescentou a assessoria do relator.

A data da vinda da CPI está confirmada para quarta-feira da semana que vem, mas até lá o roteiro principal está definido, deixando um ou outro compromisso sem divulgação por questão de segurança.

A assessoria do relator não quis confirmar, mas um dos locais de visitação será o Hospital da Cidade (antigo Hospital do Coração), que foi comprado, no ano passado, pela Prefeitura de Maceió, por R$ 266 milhões, com recursos da indenização de R$ 1,7 bilhão que a Braskem pagou à gestão do prefeito JHC (PL).

Os integrantes da Comissão pretendem também conhecer a área de exclusão, onde estão os escombros dos prédios desapropriados pela mineradora, conversar com os moradores dos Flexais e Bebedouro, além de se reunir com autoridades.

No roteiro anterior, da visita que foi adiada por “questões logísticas” estavam programadas reuniões com os Ministérios Públicos Estadual e Federal e com as Defensorias do Estado e da União.

De acordo com o senador Rodrigo Cunha, a visita da Comissão à capital alagoana tem como objetivo verificar in loco a situação das vítimas e aprofundar as investigações sobre o afundamento do solo provocado pela mineração predatória das minas de sal-gema, exploradas pela Braskem.

DEPOIMENTOS

Antes da vinda a Maceió, a CPI deve definir os próximos depoimentos. Segundo a assessoria do relator, está prevista oitiva da CPI no dia 7 de maio. “Porém, a definição final de quem será inquirido ainda depende do presidente. Depois dessa definição, haverá publicação da pauta (na quinta ou sexta-feira)”, adiantou o assessor do senador Rogério Carvalho.

Sobre o depoimento do engenheiro Paulo Cabral (o ‘Paulo Sucateiro’) – que foi gerente de produção da Salgema e responsável pela operação de implantação e monitoramento das minas de sal-gema, durante mais de 11 anos –, ainda será definida.

“A oitiva está confirmada, mas a data específica ainda depende de publicidade pela secretaria da CPI”, acrescentou o assessor da relatoria.

Questionado sobre a data de encerramento da CPI, marcada para 22 de maio, a assessoria do senador Rogério Carvalho disse que dificilmente isto possa ocorrer. “Estamos trabalhando com a ideia de encerramento da CPI no dia 22. Não está havendo movimentação pela prorrogação”, garantiu.

Sobre a visita da CPI ao Hospital da Cidade, adquirido com recursos da Braskem, o assessoria do relator disse que não tinha essa informação. No entanto, na sessão da CPI que ouviu o representante da Prefeitura de Maceió, o presidente Omar Aziz disse que gostaria de visitar o antigo Hospital do Coração, na Gruta de Lourdes, em Maceió.