Política
Iteral recebe Incra e dirigentes de movimentos sociais para discutir retomada da reforma agrária na Laginha
Famílias acampadas nas terras da massa falida do Grupo João Lyra serão cadastradas pela autarquia federal
O diretor-presidente do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral), Jaime Silva, se reuniu nesta segunda-feira (8), com o diretor-substituto da Câmara de Conciliação Agrária do Incra nacional, Marcos Aurélio Bezerra da Rocha, e dirigentes de movimentos sociais de luta pela terra, para discutir os próximos passos da composição que atua para destravar a reforma agrária nas terras das usinas Laginha, em União dos Palmares, e Guaxuma, em Coruripe.
A iniciativa, fruto de uma articulação conduzida pelo Governo de Alagoas junto às instituições federais, sucede a audiência do governador Paulo Dantas com o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, ocorrida no mês de fevereiro.
Na ocasião, o governador levou a Brasília o pleito das cerca 3.500 famílias acampadas em áreas da Laginha, com o objetivo de estabelecer uma parceria, com o MDA, capaz de viabilizar o atendimento das demandas dos trabalhadores sem-terra e organizações sociais do campo que lutam por seus direitos. Desde então, Estado e União estão alinhados, na busca pela resolução do imbróglio.
De acordo com Marcos Aurélio, servidor do Incra há 40 anos, uma equipe da autarquia federal chegará a Alagoas nos próximos dias para iniciar o processo de cadastro dos acampados, aproveitando levantamentos já produzidos pelo corpo técnico do Iteral, que, por sua vez, estará incumbido de oferecer suporte logístico ao grupo coordenado por ele.
Considerada estratégica, a reunião realizada hoje contribuiu para a definição da metodologia do cadastramento das comunidades envolvidas na pauta. Diante dos presentes, Jaime Silva expôs a necessidade de contar com a colaboração dos líderes dos movimentos sociais, para que o trabalho flua de forma célere e precisa.
“Temos ciência da importância desta agenda e vamos atuar de forma colaborativa para identificarmos aqueles que de fato residem em áreas da Laginha e produzem na região”, afirmou.
Para Débora Nunes, da Coordenação Nacional do MST, esta construção representa um passo importante na direção do avanço da reforma agrária no estado e possibilitará o cumprimento de acordos estabelecidos com o Poder Judiciário, que vem atuando para intermediar os conflitos possessórios existentes em Alagoas, através da atuação da Comissão de Soluções Fundiárias.
“Este encontro serve para que possamos iniciar o cadastramento das famílias, como parte do processo de avanço do pleito. São medidas necessárias dentro da perspectiva de resolução do conflito, mas o que buscamos em definitivo é a destinação dessas terras para a reforma agrária, para que as famílias possam ser assentadas”, pontua.
Ainda no mês de abril, outra equipe do Incra deve chegar ao estado para vistoriar as terras da massa falida, em uma segunda etapa do plano de ação dedicado ao atendimento das reivindicações apresentadas pelos movimentos sociais.
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