Política
CPI da Braskem: professores da Ufal depõem na terça -feira (5)
'Caso Braskem é tragédia anunciada', afirmarão à comissão; relator diz que eles deverão apresentar estudos sobre mineração
Entre os nove especialistas que foram convocados para prestar depoimento à CPI da Braskem, três são de Alagoas, dos quais dois estão ligados à Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e um integrante do movimento em defesa da natureza que primeiro protestou contra a mineração de sal-gema em Maceió. Eles foram convidados e já prestam depoimento à Comissão essa semana.
Na sessão da próxima terça-feira (5), serão ouvidos os professores da Universidade Federal de Alagoas João Abel Galindo Marques e Natallya de Almeida Levino e o doutor e ativista em ecologia José Geraldo Marques. Segundo o relator, senador Rogério Carvalho (PT-SE), eles deverão apresentar estudos sobre as consequências da extração do sal-gema pela Braskem na cidade de Maceió.
O professor José Geraldo Marques disse que deverá comparecer à CPI em cadeira de rodas porque se recupera do tratamento de câncer. “Pelo meu estado de saúde, poderia até declinar do convite, mas fiz questão de confirmar minha presença para fazer um histórico do Caso Braskem, que não passa de uma tragédia anunciada”, afirmou José Geraldo Marques.
O professor Abel Galindo também pretende mostrar seus estudos a respeito do Caso Braskem. Apesar de não ter sido morador do Pinheiro – como José Geraldo Marques, “que sentiu na pele lágrimas de sal” –, o professor Galindo tinha um grande amigo no bairro e quando o visitava ficava intrigado coma evolução das rachaduras nos imóveis da região.
“Fui um dos primeiros a dizer que aquelas rachaduras nas casas, aquelas fissuras nas ruas, tinham relação com a mineração predatória de sal-gema pela Braskem”, afirmou Abel Galindo, confirmando sua presença na CPI da Braskem. “Vou mostrar os estudos que tenho sobre o casa”, afirmou Galindo.
Comissão deveria primeiro ouvir vítimas do desastre
Para os integrantes do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), a CPI deveria ter outra dinâmica, diferente do plano de trabalho apresentado pelo relator, Rogério carvalho (PT-SE). Na opinião de Neirevane Nunes, Maurício Sarmento e Cássio Araújo, que fazem parte da coordenação do MUVB, a CPI da Braskem deveria primeiro chamar as vítimas, para só depois ouvir os argumentos e as explicações do presidente da empresa.
“A existência de vítimas neste desastre socioambiental da Braskem é o fato mais relevante e era para servir de guia nas investigações. A partir daí é que deveria vir as demais investigações. Começar pela Braskem é um começo enviesado, pois ela vai dar a versão dela de que tudo está perfeito, com os acordos feitos com aval do MPF, MPE e DPU; e que tudo é um paraíso”, argumentaram os integrantes do MUVB.
Para as vítimas, “está tudo muito mal, indenizações irrisórias, perda da qualidade de vida, adoecimentos, suicídios, prejuízos na educação e na saúde, além das áreas com isolamento socioeconômico.
Apesar de representar quem mais sofre nessa história toda, o movimento não foi convidado para prestar depoimento na CPI da Braskem.
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