Política
Demitidos da antiga CEAL têm dupla vitória na Câmara dos Deputados
Ex-empregados da Eletrobras e suas subsidiárias deverão ser aproveitados por estatais ou sociedades de economia mista, em cargos de mesma complexidade
Os ex-trabalhadores e ex-trabalhadoras da antiga CEAL e da Eletrobras, demitidos após o processo de privatização da empresa, obtiveram dupla vitória na última semana de outubro, com a aprovação de projetos, nas Comissões de Administração e Serviço Público e de Constituição e Justiça – CCJ, da Câmara dos Deputados, pelos quais ex-empregados da Eletrobras e suas subsidiárias deverão ser aproveitados por estatais ou sociedades de economia mista, em cargos de mesma complexidade.
O Sindicato dos Urbanitários de Alagoas vem acompanhando esse processo ao longo do tempo, lutando para que ele possa avançar no Congresso Nacional e seja, finalmente, sancionado pelo governo.
Em relação ao Projeto de Lei 1189/23, aprovado no dia 27 de outubro na Comissão de Administração e Serviço Público o relator, deputado Rogério Correia – PT-MG, recomendou a aprovação após incorporar ao texto três emendas. Uma foi apresentada na comissão pelo deputado Florentino Neto – PT-PI. As outras duas são do próprio relator.
A emenda de Florentino Neto determina, como no caso da Eletrobras, o aproveitamento de ex-empregados de seis distribuidoras privatizadas. São elas:
Companhia Energética do Piauí (Cepisa),
Companhia Energética de Alagoas (Ceal),
Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron),
Companhia de Eletricidade do Acre (Eletroacre),
Boa Vista Energia, e
Amazonas Energia.
O projeto agora aprovado pela comissão da Câmara estabelece que o Poder Executivo federal deverá realizar a integração dos empregados da Eletrobras e de suas subsidiárias, demitidos sem justa causa no período de 48 meses a partir da data de publicação da Medida Provisória 1031/21 (23 de fevereiro de 2021).
O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
PROJETO DA CCJ
Já o projeto aprovado na Comissão de Constituição e Justiça – CCJ da Câmara dos Deputados, aprovado no dia 31 de outubro, obriga a realocação de empregados de unidades privatizadas da Eletrobras em estatais, como é o caso da antiga CEAL (Eletrobras Distribuidora).
Segundo o texto, a incorporação dos funcionários deverá ocorrer quando não for possível a permanência na unidade privatizada pelo Programa Nacional de Desestatização – PND.
Pela proposta, os empregados terão direito à manutenção salarial e cargos compatíveis. Além de estatais, a realocação também será possível em empresas de economia mista.
O projeto aprovado pela CCJ também estabelece que, nos contratos de privatização, a União deverá adotar cláusulas que possibilitem:
a manutenção de postos de trabalho e
a garantia de preservação dos direitos e condições de trabalho conquistados
Se não houver recurso para votação em plenário, o texto seguirá agora para análise do Senado.
Veto de Bolsonaro
Ao sancionar a lei de privatização da Eletrobras, o então presidente Jair Bolsonaro vetou um trecho que determinava o aproveitamento, em outras estatais, dos empregados da Eletrobras e suas subsidiárias demitidos sem justa causa. O veto acabou mantido pelo Congresso, devido à insuficiência de votos pela derrubada.
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