Política

Atalaia vive clima pré-eleitoral tenso

Disputa pelo poder entra prefeita Ceci Rocha e vice Camyla Brasil emperra indenizações de moradores atingidos pelas chuvas

Por Claudio Bulgarelli / Sucursal Região Norte com Tribuna Independente 27/09/2023 07h43
Atalaia vive clima pré-eleitoral tenso
Atalaia vive clima político tenso entre a prefeita Ceci Rocha e a vice Camyla Brasil, em destaque na foto - Foto: Edilson Omena

O pano de fundo para o clima político tenso em Atalaia, que esquenta a cada dia, envolve, sobretudo, as eleições municipais de 2024. A realidade das indenizações exigidas por parte dos moradores atingidos pelas últimas chuvas no Buraco do Jacaré e da Várzea, locais que estão em obras inacabadas da BRK, e que fez entrar na discussão vereadores da oposição à gestora, também fazem parte das diversas denúncias da atual vice-prefeita Camyla Brasil, já declarada publicamente como pré-candidata às eleições no ano que vem.
Na verdade, a tensão começou desde a venda do SAE para a empresa BRK, em 2020, quando o município recebeu um repasse do governo de Alagoas de R$ 34.800 milhões e que entrou na conta da prefeitura. A vice-prefeita começou a usar as redes sociais cobrando a aplicação do valor. A gestão afirmou que o valor foi diluído em diversas obras e benfeitorias, como reformas de escolas e unidades básicas de saúde, por exemplo.

Meses atrás a situação se agravou quando as chuvas elevaram o nível do rio Paraíba, e com obras inacabadas da BRK, invadiu casas, derrubando uma residência na localidade do Buraco do Jacaré. Imediatamente a própria vice-prefeita e os vereadores Marco Rebolo, que, segundo bastidores, também é pré-candidato a prefeito e Anderson Medeiros, começaram a exigir as indenizações para as mais de 600 pessoas afetadas. Os questionamentos da vice-prefeita e dos vereadores é por onde andam os R$ 600 mil que o município recebeu para ajudar os atingidos pelas chuvas.

A tensão se elevou na semana passada quando vereadores e moradores tentaram forçar a entrada na sede da prefeitura, gerando confusão com a Guarda Municipal e agressões de ambos os lados. A prefeita Ceci Rocha registrou Boletim de Ocorrência, denunciando os vereadores. Na última segunda-feira, na primeira rodada de reuniões, com a presença do procurador do município, Diego Carvalho, do secretário de Finanças, Fábio Sarmento e do presidente da Câmara Municipal Cicinho Melo, aliado da prefeita, as explicações foram confrontadas pela vice-prefeita Camyla Brasil, pelos vereadores Marco Rebolo e Anderson Medeiros, além da líder comunitária do Buraco do Jacaré, Gleyce Vanessa.

Eles exigem da prefeitura o pagamento de indenizações. Por outro lado, o secretário de Finanças, Fábio Sarmento, afirmou que até o momento o município não recebeu nenhum tipo de ajuda do governo do Estado e que a prefeita está em busca de recursos para tentar algum tipo de indenização. O secretário de Finanças lembrou que na enchente do ano passado a prefeitura repassou uma indenização que chegou a 3.500 reais por pessoa com verba do governo Federal, Estadual e Municipal.

O secretário afirmou que a arrecadação está em queda, mas que a prefeita está fazendo todos os esforços para conseguir recursos. Ele lembrou ainda, que diferente do ano passado, os desabrigados deste ano foram devido a obras inacabadas da BRK, que atingiu o Buraco do jacaré, a Várzea e outros locais. Neste tópico a vice-prefeita Camyla Brasil, que rompeu com a prefeita, cobrou ação do município contra a empresa, afirmando que o alagamento foi culpa da prefeitura e da BRK.

Por outro lado, o procurador Diego Carvalho, afirmou que o município notificou a BRK várias vezes, além de garantir que os afetados estão recebendo auxílio aluguel, mas que não existe verba no momento para indenizações.