Política

Marcha das Mulheres em Alagoas presta solidariedade a liderança do MST após pedido de indiciamento em CPI

Débora Nunes, coordenadora do movimento, teve seu nome divulgado em relação entregue pelo deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) de pessoas para serem indiciadas pela CPI

Por Tribuna Hoje 26/09/2023 23h54 - Atualizado em 27/09/2023 01h07
Marcha das Mulheres em Alagoas presta solidariedade a liderança do MST após pedido de indiciamento em CPI
Débora Nunes, do MST - Foto: MST

A Marcha Mundial das Mulheres em Alagoas se juntou a diversas entidades que emitiram solidariedade e apoio à coordenadora do Movimento dos Sem-Terra (MST), Débora Nunes, que teve seu nome divulgado em relação do deputado estadual Ricardo Salles (PL-SP) entre possíveis indiciados ao fim da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST.

A nota da Marcha ressalta o grande trabalho de Débora no MST em prol da melhoria da população camponesa, que produz alimentos que chegam na mesa do povo em todo o país.

Além disso, o comunicado afirma que a CPI "é uma estratégia das elites para desmoralizar e enfrentar um movimento popular e revolucionário, que luta pelo direito à terra, e busca garantir a justiça a este povo tão sofrido".

Além da Marcha, entre algumas outras entidades que emitiram apoio estão o Sindicato dos Trabalhadores da Educação em Alagoas (Sinteal) e a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal).

Confira as respectivas notas abaixo:

"NOTA DE SOLIDARIEDADE E APOIO

A Marcha Mundial das Mulheres em Alagoas, vem de público expressar a solidariedade ao MST, na pessoa da companheira Débora Nunes, Coordenadora do citado movimento. O MST e lideranças como Débora têm realizado um grande trabalho em prol da melhoria da vida da população camponesa, e estes homens e mulheres produzem os alimentos que chegam as mesas de todo povo do nosso país. Os ataques e tentativas de incriminar o MST com uma falsa CPI, é uma estratégia das elites para desmoralizar e enfrentar um movimento popular e revolucionário, que luta pelo direito a terra, e busca garantir a justiça a este povo tão sofrido. A MMM reafirma a necessidade e construirmos uma ampla unidade na defesa e na luta pela democracia, pelo direito irrestrito da autonomia do MST e de todos os movimentos sociais. Força na resistência e na luta companheira Débora Nunes, e a todas e todos que lutam pelo direito sagrado a vida e a terra. Viva o MST !!"

"SINTEAL: NOTA DE SOLIDARIEDADE!

O Sinteal – Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas, de forma pública, vem se solidarizar com a companheira Débora Nunes – dirigente regional e nacional do Movimento dos Sem-Terra/MST – e com outros/as dirigentes desta entidade da luta popular organizada campesina, alvos de uma absurda tentativa de “criminalização” feita pelo relator da intitulada “Comissão Parlamentar de Inquérito/CPI do MST”, o deputado federal Ricardo Salles (PL/SP), ex-ministro de (Des)Governo Bolsonaro.

Com o objetivo escancarado de intimidar e criminalizar a luta da companheira Débora Nunes e outros/as diretores/as do MST, o relator anunciou o indiciamento de todos/as.

Como toda e qualquer tentativa de ataque à Democracia e aos democratas tem sempre pernas curtas, não resistindo a um choque de realidade, mais do que nunca vale lembrar que o deputado-relator Ricardo Salles foi denunciado, em tempos recentes, por “cabedal” de crimes, a saber: corrupção passiva; integração e financiamento de organização criminosa e também crimes contra a flora brasileira.

Com um sólido histórico de luta no Estado de Alagoas, a companheira Débora Nunes é nome reconhecido em âmbito nacional, em todos os quadrantes da nação brasileira, devido a todas as lutas que empreende – ao lado de seus companheiros e suas companheiras do MST –, em prol da produção de alimentos neste Brasil tão carente de pão nas mesas dos seus habitantes.

A companheira Débora Nunes e seus/suas companheiros/os da luta campesina NUNCA estarão só!

Ao lado de outras entidades da luta sindical brasileira, o Sinteal se solidariza à companheira e a todos/as militantes do MST/Alagoas, e denuncia esta desproposital e antidemocrática atitude de “indiciamento”, nada mais sendo, senão, o “jogo jogado” de um deputado-relator que considera “inimigos” todos/as aqueles/as que têm como objetivo a democratização do acesso à terra no Brasil através da realização da reforma agrária. 

VIVA À LUTA AGRÁRIA! VIVA A DEMOCRACIA!"

"Adufal presta solidariedade a dirigente alagoana do MST

A Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal) tomou conhecimento, nesta segunda-feira (25), de que a integrante da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Débora Nunes, foi uma das 11 pessoas indiciadas pelo relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as ações do MST, o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP).

A entidade manifesta total solidariedade e irrestrito apoio à militante alagoana Débora Nunes, que é conhecida pela importante atuação junto aos trabalhadores e trabalhadoras rurais nos assentamentos e acampamentos do MST, pela garantia do acesso à terra e pela conquista da reforma agrária no Brasil.

É importante destacar que é muito representativo que a militante seja alvo do ex-ministro do Meio Ambiente no governo Bolsonaro, considerando que o mesmo é notoriamente conhecido pelas políticas contra a preservação do meio ambiente, tendo, inclusive, se tornado réu em uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF) na qual é acusado de liderar um esquema de contrabando de madeira extraída ilegalmente na Amazônia.

O MST possui uma função política primordial de lutar em defesa de um novo projeto de desenvolvimento em que a desconcentração e a democratização da terra, o trabalho emancipado, o ser humano e a natureza sejam elementos centrais. Portanto, é preciso defender sua atuação e aqueles/as que estão à frente da organização desse trabalho fundamental.

Pelo acima exposto, a Adufal reitera seu repúdio ao indiciamento da companheira Débora Nunes e à toda perseguição política e tentativa de criminalização daqueles/as que lutam por justiça social, por uma agricultura sustentável e contra os latifundiários detentores de terras improdutivas e ociosas.

Viva o MST!


Maceió, 25 de setembro de 2023

Diretoria da Adufal"