Política
Após mobilização do Sinteal, Projeto de Lei do voucher cai da pauta na Câmara de Maceió
Projeto enviaria recursos da educação pública para rede privada de ensino e foi alvo de protesto
Uma mobilização do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal) ocupou entrada da Câmara Municipal de Maceió na manhã desta terça-feira (26). A luta foi contra o PL do vereador Leonardo Dias, que propõe vales (vouchers) para comprar vagas na rede privada de Educação, ou seja, desviando recursos públicos para beneficiar empresários.
O projeto não estava na pauta da sessão do dia, mas seria inserido como medida de urgência a pedido do seu autor. Por conta da mobilização na porta e do diálogo com os parlamentares, não entrou.
“Esse projeto já foi testado em outros país como Chile e Estados Unidos, não deu certo! Só trouxe segregação para os vulneráveis. É preciso valorizar a escola pública, abrir para a comunidade as creches que estão prontas e construir quantas forem necessárias para solucionar essa questão das vagas, privatizar o dinheiro da educação não vai resolver nada, só criar mais problemas”, disse Consuelo Correia, vice-presidenta do Sinteal.
Junto com o Sinteal, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) também fez o protesto. Eliane Silva, liderança, reforçou a defesa da escola pública. “Sou mãe, sou vó, meus filhos estudaram na escola pública e meus netos estão lá. A gente está aqui para defender o nosso direito, o direito dos trabalhadores de ter escola”, disse ela. Em seguida ela recitou um trecho da música cidadão, de Zé Ramalho, sobre o trabalhador que constrói e não tem direito a usar.
O presidente do Sinteal, Izael Ribeiro, destacou que é importante os parlamentares lembrarem o compromisso que assumem no período eleitoral. “Está chegando a hora de eles passarem nas suas casas dizendo que educação pública é prioridade”, lembrou ele que as eleições municipais estão se aproximando.
Com bandeiras e cartazes, trabalhadores receberam os vereadores na porta da casa legislativa com uma carta aberta, apresentando todos os argumentos e pedindo que apoiassem a educação pública e não aprovassem o projeto. O diálogo foi produtivo, alguns chegaram a se comprometer a votar contra o projeto, como a vereadora Teca Nelma, Fábio Rogério e Alan Balbino. Outros disseram que precisavam conhecer mais o projeto.
Ao iniciar a sessão, uma parte dos representantes subiu e acompanhou da galeria. A fala do autor do projeto foi de ataque aos trabalhadores da educação, criticando a luta e defendendo os vouchers. Outras falas, como da vereadora Teca Nelma foi de defesa da escola pública, da luta do Sinteal e contra os vouchers. Mas a maioria não se sentiu esclarecido, e a mesa diretora decidiu não colocar o projeto em votação, se comprometendo a convocar uma audiência pública para ouvir a comunidade sobre o assunto.
“Foi uma grande vitória nossa! Sabemos que foi só uma etapa, que será preciso muita luta para derrubar de vez esse projeto. Mas é uma grande conquista, sabemos que o autor queria aprovar sem debate com a população, sem clareza, sem parâmetros. Só a luta nos garante, e foi com ela que derrubamos essa pauta hoje. Seguimos na luta”, finalizou o presidente do Sinteal.
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