Política

João Catunda discorda de prazos da BRK sobre saneamento

Empresa pretende regularizar fornecimento de água em Maceió até 2027 e CEI vai intensificar cobranças à empresa

Por Emanuelle Vanderlei - colaboradora / Tribuna Independente 24/03/2023 08h00
João Catunda discorda de prazos da BRK sobre saneamento
Presidente da CEI, João Catunda diz que maceioenses não podem esperar até 2027 para ter problemas sanados - Foto: Edilson Omena

A explicação da BRK Ambiental apresentada na última quarta-feira (22) pelo diretor-presidente, Herbert Dantas, durante audiência pública na Câmara de Maceió não acalmou a população, e ainda aumentou a quantidade de questionamentos que devem ser abordados pela Comissão Especial de Investigação (CEI). Operando nos últimos dois anos, a empresa tem sido alvo de protestos e denúncias contra falta de água e contas altíssimas, e o prazo dado para regularizar a situação não foi suficiente.

“Temos como obrigação contratual levar água, abastecimento de água com quantidade, qualidade e regularidade. Ou seja, água boa a hora que todo mundo quiser e precisar, até 2027, para toda a população da região metropolitana, inclusive Maceió”, argumentou o diretor-presidente da BRK durante a audiência pública.

O saneamento básico tem um prazo ainda maior, segundo Herbert Dantas. “Temos uma obrigação contratual de até 2029 universalizarmos o esgotamento sanitário. Ou seja, passar a prestar o serviço de esgotamento sanitário para 95% da população maceioense até está data”, complementa.

À reportagem da Tribuna, o presidente da CEI, vereador João Catunda (PP), reforçou que é justamente por causa dos longos prazos apresentados pela BRK Ambiental, que os vereadores vão intensificar a cobrança pelos contratos da empresa.

“Justamente por conta dos prazos absurdos que a empresa tem por questão contratual simplesmente como foi falado há muito tempo, algo discutido sem ouvir a cidade de Maceió, precisamos inclusive questionar esses pontos contratuais. Como se concede algo que não é seu? O Estado concedeu à BRK a outorga de Maceió e Maceió não é escutada? Tem coisa errada. E os maceioenses não podem esperar até 2027 para todos receberem água, então é algo que a gente tem que tomar essa providência”, justifica o vereador.

Uma das polêmicas que tem trazido muita revolta é a questão das contas, que foram muito mencionadas durante a audiência pública na Câmara de Maceió.

“Nós não podemos ficar recebendo denúncias e apelos da população e a gente não poder fazer nada. Então, precisa ter esse posicionamento para que a gente possa trazer uma resposta imediata ao povo maceioense. Não só com relação à água, como também as pessoas que além de não ter água não tem tratamento de esgoto e ainda assim acabam recebendo faturas absurdas nas suas casas”, disse Catunda.

O tema tem boa adesão entre os vereadores. Na audiência estiveram presentes 15, segundo Catunda. Ele reafirma que houve pressão interna para evitar que ela se instalasse, apesar de alguns terem utilizado a tribuna para negarem terem sido abordados.

“Esse discurso dos vereadores só reitera a unidade da casa em torno dessa discussão. Ontem, se não me engano, tinham 15 vereadores presentes, nas modalidades presencial e online. Alguns fizeram uso da palavra. E todos tem se colocado à disposição, apesar da pressão que todos sofrem, mas todos se colocaram à disposição. Temos unanimidade na câmara quando o assunto é BRK”.

REUNIÃO

Nesta sexta-feira (24), a CEI realiza a sua primeira reunião com os vereadores para tratar dos direcionamentos da Comissão instalada na Câmara de Maceió. A convocação foi feita pelo vereador João Catunda (PP), que presidente a Comissão Especial, por meio de publicação na edição desta quinta-feira (23), do Diário Oficial do Município de Maceió. São membros do grupo, ainda, os vereadores Francisco Sales – União Brasil (relator), Eduardo Canuto (PV), Cleber Costa (PL) e Pastor Oliveira Lima (Republicanos). Os suplentes são Leonardo Dias (PL) e Davi Davino (PP).