Acontece hoje (22), a audiência pública que irá discutir as denúncias e problemas estruturais causados nas ruas de Maceió pela BRK Ambiental. Presidente da Comissão Especial de Inquérito (CEI), na Câmara de Vereadores, João Catunda (PP), reforçou que o Legislativo está tomando medidas que deveriam ter sido abordadas junto à população quando a empresa apresentou proposta de maior outorga fixa ao Estado com valor de R$ 2 bilhões com vistas a gerenciar o saneamento da capital.

À Tribuna, Catunda voltou a destacar que os serviços prestados pela BRK Ambiental afetam 13 cidades da região metropolitana de Maceió, que reúnem 1,5 milhão de habitantes.
“Vamos ouvir a sociedade. Não houve nenhuma audiência pública para debater o leilão, que afeta diretamente os serviços de água e esgoto de 13 cidades da região metropolitana de Maceió”, diz o presidente da CEI.

À Tribuna, a BRK informou que está sempre à disposição para dialogar com todos os interlocutores, a fim de esclarecer quaisquer temas acerca do projeto de concessão e dos serviços prestados pela BRK na Região Metropolitana de Maceió. A assessoria informou ainda que a diretoria da empresa estará presente na audiência pública para responder os questionamentos dos participantes.

PRESSÃO EXTERNA

A insinuação de que existem movimentações políticas externas para atrapalhar o andamento da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da BRK gerou discussão na Câmara de Vereadores de Maceió na sessão de ontem (21). O assunto foi levantado por integrantes da CEI e revoltou outros parlamentares.

O vereador Chico Filho, líder do MDB na Câmara, usou a bancada para contar que vários colegas da bancada o procuraram para confirmar que não foram pressionados para retirar assinatura para instalação da Comissão Especial nem para atrapalhar os trabalhos.

“Na democracia, temos posições divergentes e temos que respeitar. Ninguém tem ousadia para ligar para mim porque a resposta será dura. Peço que os vereadores que receberam ligação que se exponham e digam quem fez isso”, cobrou Chico Filho.

O líder do governo na Câmara, vereador Siderlane Mendonça (PL), exigiu em plenário que o colega João Catunda (PP), presidente da CEI da BRK, revele nomes e, assim, evite um clima de instabilidade no parlamento.

“Isso é ruim para Câmara de Maceió ao fazer uma coletiva para dizer algo que não tem consistência. E se tem consistência eu gostaria que o vereador João Catunda, presidente da Comissão Especial da Investigação, pudesse revelar e parar de esconder informações. A população está cansada de mentiras. Se vossa excelência tem essa informação, de forma concreta da pessoa que recebeu algum tipo de ligação da BRK, que vossa excelência diga”, cobrou o parlamentar, se referindo à coletiva de imprensa realizada na segunda-feira (20) por integrantes da Comissão.

À Tribuna, Catunda disse que os relatos feito pelos seus colegas vereadores, reitera o que foi confirmado em coletiva de imprensa. Ele garantiu que não expôs nenhum vereador na ocasião, afirmando que houve movimentações externas para derrubar a CEI. “Os vereadores que não assinaram no dia da instauração, não o fizeram porque não estavam presentes, mas se colocaram à disposição. O objetivo principal da audiência pública e da Comissão é tentar solucionar o que hoje é o maior problema do nosso município”, afirmou o parlamentar.

A Comissão foi criada para investigar as queixas da população, analisar contratos e ir a campo fiscalizar as obras realizadas pela BRK. A CEI tem o prazo de 120 dias, podendo ser estendida por mais 60.