Política

Alagoas vai combater insegurança alimentar

Titular do Desenvolvimento Social, Kátia Born ressalta a importância da retomada do Consea na luta contra a fome em Alagoas

Por Emanuelle Vanderlei – colaboradora com Tribuna Independente 17/03/2023 08h14 - Atualizado em 17/03/2023 22h44
Alagoas vai combater insegurança alimentar
Kátia Born ressalta que os trabalhos já iniciaram em Alagoas com contatos diretos nas regiões e municípios - Foto: Sandro Lima/arquivo

A retomada do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), em fevereiro deste ano, pode causar um grande impacto positivo para o combate à fome e a miséria em Alagoas. O 3º estado do país com maior insegurança alimentar na população, como 36,7% da população nesta situação (segundo os resultados do II Inquérito Nacional da Insegurança Alimentar no Brasil no Contexto da Covid-19), tem agora a promessa de desenvolver as políticas públicas necessárias.

Segundo a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social de Alagoas, Kátia Born, o Estado está se preparando para intensificar os efeitos dos programas federais que estão sendo trazidos pelo presidente Lula.

Thatiana Favaro, membro do Consea em Alagoas, acredita que o momento é favorável. “Vão borbulhar ações, propostas para que os estados façam adesão. O Consea nacional tem papel indutor muito grande de políticas que vão chegar aos estados”.

Ressaltando as dificuldades sofridas nos últimos anos nas políticas de combate à fome, ela explica que Alagoas é um dos mais afetados. “O Estado é historicamente um estado de enorme desigualdade social, de alta vulnerabilidade social, tem um enorme fosso entre pessoas no alto da pirâmide e na base da pirâmide. Por mais que o Consea estadual continuasse atuando, não tinha o respaldo do nacional”.

O diálogo atual do Governo do Estado, traz esperança à conselheira, que critica as gestões passadas. “O estado de Alagoas nunca teve plano alimentar e nutricional. Se fizesse não tinha esses indicadores tão péssimos que a gente tem. Alagoas nunca priorizou o combate à fome”.

Segundo ela, apesar de não ter o poder da caneta orçamentária, o Consea é o responsável pela construção dos programas.

“Uma grande parte das políticas públicas implantadas a partir de 2003 no 1º governo Lula, quando o Consea nacional foi retomado, a grande parte das políticas foram derivadas de discussão do Consea. Fortalecimento do Plano Nacional de Alimentação Escolar [PNAE] o Plano de Aquisição de Alimentos [PAA], a fiscalização e a incidência na produção de alimentos, e uma outra série de coisas. O próprio bolsa família. Uma série de políticas que são decorrentes desse diálogo do Consea com o governo federal de política nutricional”.

INÍCIO DOS TRABALHOS

Neste momento o Estado está ouvindo as regiões para desenvolver as políticas. “Nós começamos já agora o mês de março, mês da mulher, fazendo os encontros regionais. E nessas reuniões com os secretários e técnicos nós começamos a discutir primeiro restabelecer os conselhos de segurança alimentar e nutricional Alagoas. Foi feita uma pesquisa pelo Unicef que eu inclusive passei pra todos os secretários do estado aonde que Alagoas é o primeiro estado em desnutrição infantil. Isso é muito sério”, disse Kátia Born.