Mesmo sem soltar nenhum nome, o senador Renan Calheiros deixou claro que as eleições municipais de 2024 estão no planejamento do MDB. Contando atualmente com 66 prefeitos em mandato, o partido se sente forte para finalmente ganhar a capital.

“Como você sabe o MDB tem muitos quadros. É o maior partido do Estado de Alagoas, e aqui na capital nós temos muitos nomes com condições de disputar e ganhar a eleição”, disse Calheiros.

Ele, no entanto, se esquiva de apontar nomes dos “prefeitáveis” do partido. “A escassez de quadro não é o que caracteriza o MDB, o que caracteriza o nosso partido é exatamente o excesso de bons quadros com condições de disputar a eleição, então é muito cedo pra você especificar um nome, porque na medida em que você o faz, acaba omitindo outros nomes que tem a mesma igualdade e competitividade para ganhar a eleição”, comentou o senador em entrevista à reportagem da Tribuna Independente.

Nas últimas eleições municipais, o MDB não obteve êxito com os candidatos que lançou para disputar a Prefeitura de Maceió. Vale lembrar que a legenda apoiou o ex-prefeito Cícero Almeida, que perdeu para Rui Palmeira (PSD), e posteriormente, foi com o atual deputado federal Alfredo Gaspar de Mendonça (União Brasil, ex-MDB), que foi derrotado nas urnas pelo hoje prefeito JHC (PL, ex-PSB).

DISPUTA DIFÍCIL

A cientista política Luciana Santana acha não vai ser tão fácil. “Hoje eu diria que é muito difícil mesmo com esse fortalecimento no estado, porque o atual prefeito está forte. Ele tem uma boa avaliação. Está utilizando bem estratégias para poder e se manter no poder em 2024. Então, acho muito difícil que isso aconteça”.

Com base em números, Santana aprofunda. “Então, a gente tem estudos que falam sobre a possibilidade de reeleição dos com mais 60% de avaliação positiva, pelo menos, de eles não conseguirem ser reeleitos. A não ser que que tenha aí um fato muito impactante, que mexa realmente com a opinião pública, hoje a situação é muito favorável ainda para o atual prefeito, mesmo diante desse fortalecimento do MDB”.

Mas, ela acredita que a popularidade está apenas com o prefeito, que não se reflete no PL. “Acho que é o JHC que independentemente da sigla partidária conseguiu uma força, uma visibilidade que o habilita a ir muito competitivo com altas chances de ser reeleito”.

Além dos expressivos 66 prefeitos (inclusive o presidente da Associação dos Municípios Alagoanos/AMA), o MDB conta hoje em Alagoas com o governador, 2 deputados federais, 14 estaduais (sendo um deles o presidente da Assembleia Legislativa/ALE). A expectativa é de que até o próximo isso seja ampliado, já que estão sendo feitas articulações e alguns vice-prefeitos inclusive aderiram à filiação na última segunda-feira (27).

Na Câmara Municipal, diferente da ALE, o quadro é bem mais heterogêneo. Luciana acredita que JHC deve se articular nessa reta final do mandato. “É esperado que é o prefeito JHC consiga tentar reorganizar parte dos vereadores em torno da sua linha política. A ideia aí é que ele possa nesse próximo um ano e meio ampliar sua base para vir com apoio para a próxima eleição. Mas é heterogêneo, e o comportamento dos vereadores ele é muito atípico. Muito diferente do que a gente vê em relação à assembleia e a Câmara dos Deputados”.