O afundamento do solo em Maceió vai voltar a ser debatido na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). Essa é a proposta do deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil), que requereu, nesta terça-feira (14), a instalação de uma nova comissão externa para acompanhamento e fiscalização dos danos sociais, ambientais e econômicos provocados pela exploração do solo por parte da empresa Braskem.

O objetivo do deputado é não deixar que a tragédia seja esquecida. “Fui chefe do Ministério Público de Alagoas e pude acompanhar de perto essa tragédia, e vi como é difícil litigar contra uma empresa poderosa neste país”, disse.

Em discurso no plenário da Câmara, Alfredo Gaspar relembrou um pouco do histórico da Braskem: “Existe uma empresa chamada Braskem - que, por sinal, financia muitos políticos -, que pela atividade predatória e pela ganância, durante mais de quatro décadas de exploração do nosso subsolo, obrigou mais de 50 mil maceioenses a deixarem suas casas, a perderem seus comércios. Destruíram escolas, postos de saúde, a história cultural e socioeconômica dessas comunidades”, relatou.

Com a instalação da comissão externa, o parlamentar espera que outras ações efetivas possam ser tomadas para tentar resgatar a dignidade e salvaguardar os direitos dos moradores das regiões afetadas.

“Desta tribuna, eu quero dizer a todo o Brasil que a Braskem tem uma grande dívida com Maceió, com Alagoas e, especialmente, com as mais de 50 mil vítimas que tiveram seus sonhos destruídos. Não é apenas pagando o dinheiro dos imóveis que ela irá ressarcir o sonho das pessoas”, afirmou Alfredo Gaspar. “Braskem, você pode ter muito dinheiro, mas a sua história vai ficar sempre manchada pela dor e pelo sofrimento do povo de Maceió”.

Alerta

Antes de finalizar seu discurso, o deputado Alfredo Gaspar fez um pedido ao Ministério das Minas e Energia para que a pasta não deixe de fiscalizar a empresa. “Tome conta da mineração da empresa Braskem. Ela não pode provocar tragédias como a que provocou em Maceió. Ela não pode continuar distribuindo dividendos, com a participação do governo federal, sem antes cumprir suas obrigações com Alagoas, com Maceió e, especialmente, com o povo que foi miseravelmente atingido pela irresponsabilidade por parte da empresa”, completou.

Veja o pronunciamento completo: