No próximo dia 1º, tomam posse na Assembleia Legislativa Estadual (ALE) os 27 deputados estaduais da Casa e, no mesmo dia, eles elegem o presidente da mesa diretora – e demais membros –, que deverá ser o atual presidente Marcelo Victor (MDB). Aliás, o parlamentar pode até ser aclamado presidente da ALE, seja por amplo apoio entre seus pares, seja por falta de concorrente. Na avaliação da cientista política Luciana Santana, a nova composição do parlamento estadual deve gerar poucas dificuldades ao governador Paulo Dantas (MDB).

“Há sempre expectativas em relação a novos mandatos, qual será a toada dos trabalhos legislativos e como será a relação com o chefe do Executivo. Por ser uma composição bastante governista, espera-se que o governador tenha poucas dificuldades com as negociações e tenha bons êxitos na aprovação de seus projetos”, avalia Luciana Santana à reportagem da Tribuna Independente.

Só para se ter uma ideia, dos 27 deputados estaduais, catorze são do MDB. Ou seja, o partido sozinho consegue eleger não só o presidente da ALE, mas também a mesa diretora se assim desejar. Além do que, o governador também é emedebista.

“Isso representa maior tranquilidade para o chefe do Executivo para aprovar sua agenda de governo.

Isso não significa necessariamente que terá vida fácil, pois há oposições na ALE e o papel dessas oposições é fiscalizar as omissões do governo e dar visibilidade a temas e questões que podem estar sendo apreciadas a toque de caixa, sem a discussão devida no âmbito do parlamento” comenta Luciana Santana, à Tribuna Independente, sobre a hegemonia do MDB na Casa de Tavares Bastos.

A cientista política ainda destaca o fato de o presidente da ALE, Marcelo Victor, repetir a postura em relação ao Poder Executivo que adotou no período anterior, em especial durante os últimos meses, quando o governador já era Paulo Dantas.

“Marcelo Victor terá o mesmo modus operandi dos últimos meses de mandato, sempre cooperativo com as pautas do governo e bom relacionamento com o parlamento. Dificilmente teremos alguma oposição mais ferrenha, a não ser que haja algum racha político”, afirma Luciana Santana à reportagem da Tribuna.

ACLAMAÇÃO

O deputado estadual Marcelo Victor está muito próximo de ser aclamado para seguir na presidência da ALE. Além de já possuir votos suficientes somente entre os parlamentares de seu partido, ele já possui apoio de outras legendas, inclusive de membros do PP, de Arthur Lira, com quem rompeu no final de 2021, início de 2022.

Além dos 14 votos emedebistas, Marcelo Victor tem os votos de Ronaldo Medeiros e Sílvio Camelo, da Federação Brasil da Esperança (PT/PV/PCdoB); do Avante, com Marcos Barbosa; do União Brasil, com Mesaque Padilha, Leonam Pinheiro e Lelo Maia; do PL, com Cabo Bebeto; e do PP, Francisco Tenório e Rose Davino.

Conforme publicado na edição da Tribuna Independente do último dia 24, o deputado Antonio Albuquerque também deve votar pela recondução de Marcelo Victor à presidência da Casa da Tavares Bastos. Ele o recebeu em sua residência, em Limoeiro de Anadia, no último dia 20, acompanhado de Sílvio Camelo e Leo Loureiro.

Segundo informações de bastidores, o parlamentar do Republicanos deve optar pela reeleição do atual presidente do parlamento estadual. Contando com Antonio Albuquerque e André Silva são 25 dos 27 votos possíveis na disputa interna da ALE.

Em relação ao deputado Francisco Tenório, após a edição de 24 de janeiro, surgiram informações na imprensa de que ele estaria propenso a não ingressar no bloco da maioria na Casa para a eleição à mesa diretora. Contudo, a ainda minoria não possui nome para disputar a presidência da ALE com Marcelo Victor.

Até o momento, André Silva (Republicanos), Fernando Pereira e Gabi Gonçalves, do PP, não fizeram manifestações públicas sobre a eleição para a mesa diretora da Assembleia.

Mas informações de bastidores apontam que o parlamentar do Republicanos deve optar pela reeleição do atual presidente do parlamento estadual.

Em se confirmando os dois parlamentares do Republicanos na Assembleia Legislativa, Marcelo Victor terá para sua recondução entre 24 e 25 votos, dos 27 totais.

Entretanto, é importante ressaltar que o fato de votar pela recondução ou não do atual presidente da ALE para o cargo não significa dizer que o parlamentar aderiu ou não à base de apoio de Paulo Dantas na Casa. Contudo, o governador tem maioria tranquila na Casa de Tavares Bastos, com, ao menos, 60% de apoio.