Política

“Queda de Collor nas pesquisas é por rejeição”, diz cientista política

Luciana Santana minimiza ausência de Jair Bolsonaro na campanha local ao Governo

Por Thayanne Magalhães com Tribuna Independente 22/09/2022 06h45
“Queda de Collor nas pesquisas é por rejeição”, diz cientista política
Até o momento, Bolsonaro não declarou apoio à candidatura de Fernando Collor ao Governo do Estado, apesar de receber do candidato - Foto: Edilson Omena

A ausência do presidente Jair Bolsonaro (PL) na campanha do senador Fernando Collor (PTB), que disputa o governo de Alagoas, pode estar influenciando nas pesquisas que mostram Rodrigo Cunha (União Brasil) chegando ao segundo lugar na disputa.

Mas, além da ausência de Bolsonaro, que não gravou nem sequer um vídeo de apoio ao Collor, a rejeição dos alagoanos com o senador é o principal motivo para o seu distanciamento da vitória nas urnas. A opinião é da cientista política Luciana Santana.

“Não acho que a pontuação de Collor nas pesquisas esteja relacionada à ausência de Bolsonaro em sua campanha. Acho que é a própria rejeição da população à ele. Um vídeo do presidente afirmando apoio poderia melhorar um pouco a situação, mas não acho que isso seria definitivo para o resultado da eleição para o governo de Alagoas”, opinou a cientista política em conversa com a Tribuna Independente.

Para Luciana Santana, os eleitores de Bolsonaro estão divididos entre Collor e Cunha, porém, o candidato a presidência em ascensão é Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. Portanto, seus apoiadores têm mais chances de vencer o pleito.

“Lula está com uma curva ascendente em todo país, com exceção de São Paulo. Isso pode estar acontecendo por causa da campanha do voto útil, das mobilizações para mudar os votos de Ciro [PDT] e da Tebet [MDB] e da busca pelos votos dos indecisos, que tendem a ser tornar votos úteis”, explica a cientista.

A abstenção de votos em 2018 foi decisiva para o resultado das eleições presidenciais, o que poderia mudar o cenário atual também em 2022.

“O que pode mudar o cenário atual é uma possível alta abstenção de votos. A minha perspectiva é que a gente tenha uma menor abstenção se comparado a 2018, porque as pessoas estão mais interessadas na eleição desse ano”, concluiu Luciana Santana.

A disputa entre Collor e Cunha, que tem como padrinho o Arthur Lira, principal aliado de Bolsonaro no Congresso, tem sido assunto durante os programas eleitorais.
A campanha de Collor já “denunciou” o que seria uma traição de Cunha a Bolsonaro porque teria sido eleito com os votos dos bolsonaristas alagoanos. “Enganou”.

Collor até conseguiu declarações de apoio figuras nacionais do bolsonarismo, como o candidato ao governo paulista Tarcísio Freitas (Republicanos). Mas ele afirmou, segundo o site O Antagonista, que não avaliou os riscos de ter gravado o apoio ao candidato de Alagoas.

“É muito normal em campanha fazer esse tipo de vídeo. Talvez eu tivesse que fazer menos. Às vezes, você não reflete os riscos. Tinha e eu não avaliei”, disse o ex-ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro.

Em vídeo divulgado na sexta (16), Tarcísio de Freitas afirmou que Collor “é um dos maiores políticos que tivemos”.

Na manifestação, o ex-ministro afirmou que o ex-presidente foi o responsável pela abertura econômica do país no início dos anos 1990.

A Tribuna Independente entrou em contato com a assessoria de comunicação de Fernando Collor para que o senador comentasse o assunto, mas até o fechamento desta edição, não houve retorno.