Política

Eleição em Alagoas está nas mãos de mulheres e jovens

Eleitorado feminino tem comparecido mais no dia da votação para escolher quais são os seus candidatos no pleito vigente

Por Thayanne Magalhães com Tribuna Independente 13/08/2022 10h12
Eleição em Alagoas está nas mãos de mulheres e jovens
Em Alagoas, maioria do eleitorado apto a votar é formado por mulheres, com 53,37%, e eleitores jovens representam 3,27% do total - Foto: Edilson Omena

As eleições deste ano para deputado estadual, federal, governador e senador em Alagoas estão nas mãos das mulheres, que representa a maioria do eleitorado em Alagoas, com 53,37%, e dos jovens, com 3,27% do eleitorado alagoano, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Juntas, estas duas parcelas do eleitorado contam com 1.318.211 pessoas aptas a votar no pleito 2022. São 1.241.225 mulheres e 76.986 de jovens entre 16 e 18 anos. Em 2018 eram 1.165.998 eleitoras e 78.165 jovens nessa faixa etária, segundo classificação da Justiça Eleitoral.

À Tribuna, a cientista política Luciana Santana disse que é real que as eleições em Alagoas podem ser definidas pelas mulheres e também pelos jovens.

“O que podemos afirmar é que a maior parte do eleitorado brasileiro é feminino e em geral comparece mais nas urnas do que os homens. Então, as chances de as mulheres definirem o resultado das eleições acaba sendo maior”, opinou a especialista.

Luciana Santana também comentou sobre a disputa nacional e ressalta que o eleitorado feminino tende a rejeitar a candidatura de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), pois estão bem mais informadas sobre os atos presidenciais.

“O que podemos afirmar é que, combinando os dados eleitorais do TSE, do perfil do eleitorado e hoje a intenção de votos, a gente consegue perceber que hoje essa eleitora tem posições mais críticas, até porque são as mulheres as principais usuárias de políticas públicas. Consequentemente, eu diria que elas estão mais habilitadas a tomar decisões. Estão mais informadas e irão tomar decisões que correspondam com a demanda da população brasileira”, opina a cientista política.

Para Luciana, o voto jovem, que é aquele voto de pessoas com até 30 anos de idade, tem um peso relevante.

“Por termos o segundo perfil predominante, se tivermos uma adesão um comparecimento alto de pessoas nessa faixa etária no pleito, com certeza elas podem influenciar na totalização dos votos validos. Então, é relevante sim e os jovens podem decidir uma eleição, mas para isso precisam de comprometimento. É preciso ir às urnas e dar um voto valido”, opina.

TRE/AL INCENTIVOU VOTO DO JOVEM

Em contato com a Tribuna, a assessoria de comunicação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/AL), destacou que as ações para que o jovem retirasse o título de eleitor surtiram efeito.

“O TRE realizou campanhas nas redes sociais, conseguiu engajar influenciadores digitais, fez o #RoleDasEleicoes e foi para as escolas falar sobre a importância do voto e mostrar a urna eletrônica. O aumento do número de jovens eleitores foi nacional e impressionou muito. Há muitos anos que o TRE queria atingir esse público e não conseguia”, ressalta.

O TRE em Alagoas informou ainda que o voto feminino é maioria, no entanto as mulheres não são maioria nos cargos de Executivo e Legislativo.

“A maioria feminina já é realidade há muitos anos e também é nacional. Mesmo sendo a maioria votando, segue sendo a imensa minoria ocupando vagas nos cargos no executivo e legislativo e a conta não fecha. Aí as campanhas do TRE surgem no sentido de aumentar a participação feminina na política, seja se candidatando ou mesmo participando ativamente como fiscal, denunciando e ficando de olho nas irregularidades”, concluiu.

Candidatos ao governo já têm estratégias para o eleitorado


Com os dados sobre o eleitorado feminino e jovem em mãos, os candidatos ao governo já apontam algumas estratégias de marketing para direcionar aos públicos. É o caso da campanha do candidato à reeleição ao governo Paulo Dantas (MDB). À Tribuna, a sua assessoria limitou a informar que “o marketing do candidato tem trabalhado todas os gêneros e faixas, mas priorizou a comunicação com jovens e mulheres na fase de pré-campanha”.

Candidato ao governo, o senador Rodrigo Cunha (União Brasil), ressaltou que a pauta de valorização da mulher é presente na trajetória e na plataforma de governo da chapa, que inclusive tem a deputada estadual Jó Pereira (PSDB), como vice.

“Rodrigo e Jó, inclusive, realizaram um amplo debate com mulheres e vêm ao longo de seus mandatos atuando com firmeza em prol do combate ao preconceito, na luta contra a violência e na busca por condições de igualdade e respeito para com as mulheres. Ou seja, a questão feminina é uma temática presente na vida dos candidatos, e não somente uma ação de marketing, propaganda ou comunicação da campanha.”

A assessoria de Rui Palmeira (PSD) disse à Tribuna que, mais do que uma estratégia do marketing, o cuidado com as mulheres e os jovens é uma premissa do candidato.

“Rui tem um histórico de trabalhar em defesa das famílias mais carentes que, geralmente, são chefiadas por mulheres, as que mais sentem as dificuldades do dia a dia. O que a comunicação irá fazer durante a campanha é mostrar o legado, o preparo e a confiança que Rui desperta na população, especialmente nesses dois segmentos tão fundamentais: as mulheres e a juventude”.