Política

Bolsonaro tenta impedir resolução sobre direitos reprodutivos e sexuais das mulheres na ONU

Enquanto o país acompanha o caso da juíza que impediu aborto legal de menina de 11 anos em SC, governo tenta barrar termo que abre precedente para direitos sexuais das mulheres na ONU

Por Plínio Teodoro com Revista Fórum 22/06/2022 06h58
Bolsonaro tenta impedir resolução sobre direitos reprodutivos e sexuais das mulheres na ONU
Jair Bolsonaro com Damares Alves e Michelle Bolsonaro - Foto: Presidência da República

Enquanto o Brasil acompanha de forma estarrecedora a decisão da juíza Joana Ribeiro Zimmer, que impediu uma menina de 11 anos de realizar um aborto legal por ser vítima de estupro, o governo Jair Bolsonaro (PL) trava uma batalha na Organização das Nações Unidas (ONU) para tentar barrar a menção sobre o direito reprodutivo e sexual das mulheres em uma resolução que será votada em julho pelo organismo multilateral.

Segundo reportagem de Jamil Chade, em sua coluna no portal Uol, em reunião nesta terça-feira (21) em Genebra, a delegação brasileira pediu que o projeto seja modificado para excluir o termo direito - mesmo que aceite o acesso de mulheres à saúde sexual e reprodutiva.

Alinhado a países ultraconservadores - cristãos e muçulmanos - no Consenso de Genebra, criado por Donald Trump e que engloba cerca de 30 países, o Brasil teme que a inclusão do termo direito crie uma flexibilização para a discussão de política pró-aborto no país.

O veto teria partido do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, que até pouco tempo era comandado por Damares Alves e que pediu para que a reportagem procurasse o Itamaraty, que não explicou o motivo do veto ao termo.