Política

SD apresenta pré-candidata ao governo

Mônica Carvalho é socióloga e única mulher que está na disputa pela vaga no Palácio República dos Palmares nas eleições deste ano

Por Thayanne Magalhães com Tribuna Independente 14/06/2022 06h37 - Atualizado em 14/06/2022 08h11
SD apresenta pré-candidata ao governo
Mônica Carvalho defende maiores incentivos para saúde pública e investimentos para gerar empregos - Foto: Divulgação

Única mulher a disputar o governo de Alagoas nas eleições de 2022, a assistente social e socióloga Mônica Carvalho, do Solidariedade (SD), afirma que “pretende mostrar aos alagoanos que lugar de mulher na política pode e deve ser de protagonista”.

“Acho que ser a única mulher é um diferencial, mas um incômodo também e espero não ser a última. Estou concorrendo com nomes grandes. Não são quaisquer pessoas. Estou concorrendo com o candidato do presidente da Câmara Federal, que é um senador da República. Estou concorrendo com outro senador, ex-presidente e ex-governador e que tem mandato. Estou concorrendo com o candidato do ex-governador e com o ex-prefeito mais recente de Maceió”, lembra a pré-candidata.

Mônica Carvalho lembra que é uma figura nova para a sociedade e que disputador o cargo com os outros pré-candidatos é desafiador.

“É desafiador, mas encantador ao mesmo tempo. Não é de forma alguma delimitador e talvez nos impulsione mais nesse processo de busca por voz, por espaços alternativos, porque esses nomes conhecidos nos deixa a impressão de ter já um espaço maior delimitado no contexto da eleição em si, como nos espaços de TV e rádio”, afirma.

A pré-candidata contou que ainda não tem um conjunto de propostas, mas já possui eixos norteadores.

“Eu tenho eixos norteadores que me farão sentar com os segmentos da sociedade para elaborar esse plano em conjunto. Quero entender o óbvio para tratar o estado, então o primeiro ponto que eu preciso trabalhar é fazer a escuta ativa dos municípios, entender cada população e cada comunidade dos municípios”, explica.

Mônica Carvalho reforça que o que ela vê de mais urgente é a fome. “Não existe outro ponto a ser debelado com urgência, então é nisso que a gente pensa, em desenvolver um sistema de segurança alimentar dentro do estado de Alagoas com mais força, fomentando a agricultura familiar e realizando um estudo preciso de escoamento da produção desses pequenos e médios agricultores”, explica.

A pré-candidata lembra que 14% dos alagoanos estão em situação de desemprego. “Existe um limite para você lidar com a situação de desemprego. Após esse limite o sujeito se destrói. Não trabalhar, não conseguir se sustentar é talvez uma das situações de vida mais cruéis que se pode existir. Desenvolver uma economia das comunidades, no meu entendimento, ultrapassa as questões de renda, mas trabalha sobretudo a saúde mental do sujeito atingido por esse contingenciamento que é o desemprego”, opina.

“Mas no Brasil de Guedes [Ministro da Economia] e Bolsonaro [PL], eles lidam com isso teoricamente, mas na prática temos uma massa de pessoas desempregadas. Na economia de Guedes o sujeito pobre tende a desaparecer na loucura, porque esse estado de desemprego não é contingencial”, continuou.

Mônica Carvalho defende que a população tenha voz nos projetos

À Tribuna, Mônica Carvalho destaca a importância de políticas de incentivo à instalação de indústrias e, sobretudo no investimento na educação, no letramento e instrumentalização direcionados as maiores demandas de emprego.

“Para realizar isso, preciso ouvir a comunidade e técnicos do estado, então é por isso que coloco que tudo que vou falar nesse início de largada são eixos que me norteiam, mas eu ainda tenho uma construção de plano de governo a fazer”, explica.

Na saúde e na educação, a pré-candidata fala da criação de novas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) pelo estado e ampliar as universidades estaduais.

“Preciso estar na cadeira do Governo do Estado para entender se seria uma proposta viável para as universidades estaduais a criação de clínicas populares conveniadas com o SUS [Sistema Único de Saúde], onde a gente teria o exercício de estudantes, como residências e internatos”, disse.

Mônica Carvalho afirma que pretende melhorar o sistema de ensino estadual.

“É algo dito em todas as eleições, mas vamos bater nessa tecla novamente. Reduzir a precarização do serviço do educador, da prestação de serviço do funcionário público que se dedica à educação. Como a gente vai fazer isso sem infringir as leis que regulamentam as questões de orçamento, vem com um estudo. Fortalecer o sistema de merenda escolar, que está integrado com a proposta de segurança alimentar”, explica.

A pré-candidata fala ainda da criação de uma pedagogia alagoana, que resgate a autoestima dos alagoanos.

“No momento em que a gente cria uma pedagogia alagoana e uma cultura alimentar alagoana, nós mexemos com nossos símbolos culturais e a cultura, para mim, é outra pasta vital”, afirma.

“Por fim, quando falo de ter as comunidades como foco principal e primário, eu falo de um entendimento que eu tenho que é eu existo porque você existe e nós somos, a partir daí, seres interdependentes. Então o estado vai vir a ser um conjunto, um universo de várias comunidades e é atendendo a essas comunidades, dentro das suas especificidades, que eu vou elencar 102 municípios e a gente pode então ter um funcionamento do estado de forma integral”, concluiu.