Política

‘É preciso combater as amarras do preconceito’, diz desembargador sobre canabidiol

Tutmés Airan participou de sessão especial na Assembleia Legislativa sobre o tema, a convite do deputado estadual Lobão

Por Dicom TJ/AL 13/06/2022 15h08 - Atualizado em 13/06/2022 16h44
‘É preciso combater as amarras do preconceito’, diz desembargador sobre canabidiol
Desembargador Tutmés Airan na Assembleia Legislativa de Alagoas, nesta segunda (13) - Foto: Adeildo Lobo / Dicom TJ/AL

O desembargador Tutmés Airan, coordenador de Direitos Humanos do Tribunal de Justiça de Alagoas, participou de sessão especial sobre o uso medicinal do canabidiol, na Assembleia Legislativa do Estado, nesta segunda-feira (13). Para Airan, “é preciso combater as amarras do preconceito e da ignorância, que são a antítese daquilo que propugna o pensamento científico”.

O desembargador afirmou que a sessão, proposta pelo deputado Lobão, é um passo importante para a regulamentação do canabidiol, substância extraída da planta cannabis.

“Eu sou completamente favorável, porque acredito no avanço da ciência, para que o conhecimento seja colocado à serviço das pessoas. Hoje os estudos atestam que ela (a cannabis) pode ajudar e muito no tratamento e até na cura de doenças. Nós precisamos nos valer disso”, argumentou Tutmés Airan.

Segundo o médico Freddy Mundaka, que participou da sessão, a cannabis pode oferecer impactos positivos na saúde, e sem efeitos colaterais, quando prescrita por um médico que conhece o assunto. “O intuito hoje é trazer nossa ciência, nosso conhecimento, em prol da população”, ressaltou Mundaka, que é pesquisador do Instituto de Ciências Canabinóides.

Entre as condições que podem ser tratadas com a cannabis, o médico cita ansiedade, qualidade do sono, doenças neurodegenerativas, alzheimer, parkinson, dores crônicas, enxaqueca e fibromialgia. “O número é vasto porque responde a um sistema de equilíbrio natural do nosso corpo, que chama-se sistema endocanabinoide”, explica.

O deputado estadual Lobão considera que o Brasil está “atrasado” em relação ao uso dos medicamentos derivados da cannabis. “A gente tem um potencial incrível de poder salvar vidas, mas estamos, por conta de uma legislação atrasada, deixando de salvar vidas, de cuidar de pessoas. Existe o PL 399/2015 no Congresso Nacional, que não consegue avançar, e precisamos que cada estado dê o exemplo de interesse no avanço dessa pauta”.