Política
Danos causados pelas chuvas inviabilizam festas juninas em Alagoas
São Miguel dos Campos, Jequiá da Praia e Feliz Deserto contabilizam prejuízos às famílias e à infraestrutura das cidades

Os prejuízos causados pelas chuvas que caem em Alagoas nos últimos dias levaram cinco prefeituras a anunciar o cancelamento das festas juninas. As gestões municipais de Feliz Deserto, Jequiá da Praia, São Miguel dos Campos, Santa Luzia do Norte e Roteiro comunicaram que os eventos não serão mais realizados. São Miguel dos Campos é conhecida no estado por ter uma tradição gigante nos festejos juninos, conseguindo atrair grande público com atrações nacionais e gerando economia para o município.
A suspensão das festas juninas foi informada diretamente à Associação dos Municípios Alagoanos (AMA). À Tribuna, o presidente da entidade municipalista destacou que ainda não havia uma recomendação da Associação, já que a decisão sobre o tema é individual de cada gestão.
Em São Miguel dos Campos, segundo dados da Defesa Civil do município, quase mil pessoas foram afetadas pelas chuvas. Já são mais de 525 desabrigados e 98 desalojados. O prefeito George Clemente (MDB) comunicou o cancelamento do São João alegando que os prejuízos na cidade são grandes.
“As fortes chuvas, que provocaram a maior enchente dos últimos 40 anos em nossa cidade, nos obrigou a tomar uma decisão muito importante. Cancelamos o São João de São Miguel. A hora agora é de socorrer as pessoas, o comércio e a cidade. Não vamos medir esforços para que os auxílios da prefeitura cheguem a todos os atingidos”, informou George Clemente.
Em Jequiá da Praia, o prefeito Felipe Jatobá (PP), confirmou para a Tribuna que as festas juninas que seriam realizadas foram canceladas. A cidade está com dez moradores desabrigados e 25 desalojados.
“Desde o primeiro momento a nossa equipe técnica está em campo, fazendo levantamentos e indo até as localidades mais atingidas para minimizar os danos causados às famílias jequiaenses. Acreditamos que no momento não temos clima para festividades, priorizando sempre o acolhimento, o bem-estar e a segurança da nossa gente”, disse o prefeito.
Feliz Deserto foi o município mais atingido com a quantidade e chuvas e também cancelou as festas. Cinquenta pessoas ficaram desabrigadas e outras 52 desalojadas segundo levantamento da Defesa Civil Municipal.
ESTADO E CAPITAL
A reportagem da Tribuna também manteve contato com o Governo de Alagoas e a Prefeitura de Maceió. Tanto o Estado quanto a capital estão mantendo os festejos juninos.
A Prefeitura de Maceió lançou a programação junina há duas semanas e terá nos palcos dos bairros Benedito Bentes e Jaraguá atrações locais e nacionais. Segundo o município, o São João de Maceió deve injetar na economia municipal mais de R$ 100 milhões.
A programação de São João da capital está sendo considerada uma das mais importantes do Nordeste e compete com as tradicionais cidades de Campina Grande, na Paraíba e Caruaru, em Pernambuco.
Já o Governo de Alagoas quando lançou a festa junina prometeu fazer “o maior São João de Alagoas”, com atrações em Maceió e em outras cidades do Estado.
ATUAÇÃO MINISTERIAL
O Ministério Público do Estadual (MP/AL) recomendou, na última sexta-feira (27), que a Prefeitura de Porto Calvo cancele os festejos juninos previstos para ocorrerem em junho. O promotor de Justiça Rodrigo Soares baseou o seu documento levando em consideração a “situação de emergência” decretada no município, na quinta-feira (26), pelo Governo do Estado em razão das chuvas que caíram na cidade.
Na recomendação, a 2ª Promotoria de Justiça de Porto Calvo destacou que “fortes chuvas vêm castigando o estado de Alagoas nas últimas 72h, provocando inundações, danos humanos, materiais e ambientais, e comprometendo a infraestrutura de diversos municípios, dentre eles, o de Porto Calvo” e que, em razão disso, torna-se “incompatível a realização de eventos que importem em gastos de recursos públicos, como os aludidos festejos juninos que o município pretende promover com a contratação de bandas, montagens de palcos etc”.
“O dinheiro público, neste momento, deve ser destinado à proteção da dignidade das vítimas das chuvas”, frisou o promotor de Justiça.
A Prefeitura de Porto Calvo terá prazo de dois dias úteis, a partir do recebimento da recomendação, para responder ao MP Estadual se acatará ou não a orientação dada pelo órgão, sob pena de adoção das medidas judiciais cabíveis.
A Tribuna entrou em contato com a assessoria de Porto Calvo para questionar se o Município irá seguir a recomendação, mas não houve retorno.
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