Política
“Crime de mando não tem desfecho”
Marcelo Tadeu diz não estar supreso com a extinção da ação que tem Paulo Cerqueira como mandante de crime de homicídio

“Não estou surpreso com a decisão porque, historicamente, em Alagoas nunca se chegou ao mandante dos crimes de mando. Somente os executores são presos, assim como acontece nesse caso em questão”. Essa é a fala do ex-juiz Marcelo Tadeu sobre a decisão da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) que aceitou o recurso do delegado Paulo Cerqueira e determinou a extinção da ação penal em que ele era réu por homicídio qualificado.
Cerqueira foi indiciado pela Polícia Federal (PF) e denunciado pelo Ministério Público de Alagoas (MP/AL) como mandante de um atentado contra Marcelo Tadeu, em 2009, e que terminou na morte do advogado Nudson Harley.
Ontem (12), em contato com a Tribuna, Marcelo Tadeu, que atualmente exerce a função de advogado, disse que não conhece o processo que trata da acusação contra Paulo Cerqueira. “Eu fui ouvido no processo que trata do executor, que está preso e será julgado agora no dia 31 de maio. Foi o assassino quem apontou o delegado como a pessoa que organizou o crime. Mas isso é a fala dele. Sobre o mérito em si não vou entrar em detalhes porque eu não participo do processo. Mas o que se sabe é que sou a suposta vítima do crime de mando”, afirmou.
“Na minha opinião, se houvesse um mandante, teria que ser alguém com interesse no crime que estivesse acima do Paulo Cerqueira porque eu não tenho nada contra ele e nem ele contra mim”, opinou.
SEM RESPOSTAS DO JUDICIÁRIO
Marcelo Tadeu enfatizou que em Alagoas, as instituições que atuam no ambiente de jurisdição criminal como o Tribunal de Justiça, Ministério Público e Polícia Civil, nunca chegam às respostas para os crimes de mando.
“A decisão da Justiça não me causou surpresa porque as características desse crime são de crime de mando. Execução. E em Alagoas dificilmente se chegam aos mandantes. No máximo prendem os executores, que respondem pelos crimes sozinhos”, disse.
Marcelo Tadeu lembra que o advogado mineiro Nudson Harley Mares de Freitas foi executado no dia 3 de julho de 2009, no bairro Mangabeiras, em Maceió, e que o delegado Paulo Cerqueira, então responsável pelo caso, chegou a cogitar que a vítima foi morta por estar envolvida com uma mulher casada.
“O advogado foi morto com características de execução. Crime de mando. Morreu de graça. Veio de Belo Horizonte a serviço para passar uma semana e foi ceifado numa calçada, como se fosse um animal e até hoje não se sabe o real motivo. Essa ação penal não foi capaz de apontar quem mandou matar o advogado. Cadê a resposta? Eles não dão e para mim não é surpresa nenhuma. Seria surpresa se o habeas corpus do delegado fosse negado”, critica.
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