Política
Paulo Dantas critica grupo de Arthur Lira por agir com má-fé na eleição
Eleição indireta na ALE continua parada no STF e deputado diz que objetivo da oposição é puramente eleitoreiro

O imbróglio da eleição indireta para governador e vice-governador de Alagoas tem dois personagens que atraem para si os holofotes: o senador Renan Calheiros (MDB) e o deputado federal Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados. Cotado para ser eleito “governador-tampão”, o deputado Paulo Dantas destaca que o grupo político de Lira tem agido com litigância de má-fé, já que não tinha votos o suficiente – na Assembleia Legislativa do Estado (ALE) – para vencer o pleito que estava agendado para ocorrer em 2 de maio.
“O grupo do deputado Arthur Lira não tinha voto nem candidato para disputar e vencer a eleição indireta para o governo. Então o que fizeram? Litigaram de má-fé. Passaram a questionar na Justiça, para travar o processo constitucional e democrático, com objetivo meramente eleitoreiro. Nas ações, os partidos ligados ao deputado Arthur pedem que o voto seja secreto, que não tenha transparência. O que me deixa mais indignado com o que está acontecendo é saber que eles recorreriam ao Judiciário de qualquer jeito, com a finalidade de tumultuar. Se não fosse a discussão sobre o voto aberto e a eleição em separado, eles criariam outros motivos”, afirma Paulo Dantas à reportagem da Tribuna Independente.
O emedebista é tido como favorito para ser eleito governador no pleito indireto porque só o seu partido, o MDB, possui 15 dos 27 parlamentares na ALE.
Dantas ressalta, ainda, que o que resta é esperar a deliberação do Supremo Tribunal Federal (STF), para que defina os rumos da eleição indireta na Assembleia Legislativa.
“Estou tranquilo, aguardando a decisão. Só espero que ela esclareça todas as dúvidas, estabeleça as regras que devem ser cumpridas e que a Constituição do Estado, que prevê eleição indireta 30 dias após a vacância, seja rigorosamente obedecida. Já se foram 33 dias. E este impasse político gera incertezas e termina afetando a dinâmica da gestão estadual”, afirma. “O problema maior não está na demora da decisão do STF. A grande questão está no caráter procrastinatório das ações propostas na véspera da eleição indireta na Assembleia e que acabaram chegando ao Supremo”, completa Paulo Dantas.
Agora aliado do ex-governador Renan Filho e apoiador de Paulo Dantas, o deputado estadual Bruno Toledo diz que o processo da eleição indireta paralisado é vergonhoso.
“Em nossa posse, juramos respeitar e defender a Constituição e é exatamente isso que estamos fazendo. A expectativa de todos é que esse capítulo vergonhoso para a história de nosso estado se encerre o quanto antes. O tempo responsabilizará os autores desse crime contra a democracia”, diz o parlamentar.
TRÂMITE
Até o fechamento desta edição, Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 969, impetrada pelo PP no STF, segue parada no aguardo de uma decisão de seu relator, o ministro Gilmar Mendes, que não tem prazo para se manifestar monocraticamente e pode, inclusive, levar a ação para o pleno da Corte e ainda pedir posição da Procuradoria Geral da República.
EQUILÍBRIO
Na avaliação do cientista político Ranulfo Paranhos, há um equilíbrio de forças entre o senador Renan Calheiros e o deputado e presidente da Câmara, Arthur Lira. Ambos vêm conduzindo os destinos da eleição indireta na ALE.
“Tecnicamente, nem um nem outro está à frente. Do ponto de vista prático, o presidente da Assembleia Legislativa Estadual [ALE] ainda é aliado do Renan Filho [MDB] e, do outro lado, é possível que o grupo do Arthur Lira tenha influência no jogo político e no jurídico também. Assim como pode ter influência em Brasília, isso pode ocorrer também no cenário local”, comenta Paranhos em contato com a reportagem da Tribuna.
O cientista político reforça que se houver a eleição indireta e o deputado Paulo Dantas seja eleito governador-tampão, o ex-governador Renan Filho volta a ter influência no cenário da eleição e da campanha deste ano.
“Mas o conceito de poder é capacidade de tomar decisão e nesse momento o Renan Filho não a tem mais por que não gerencia recursos. Se efetivar a eleição do Paulo Dantas [MDB], consequentemente, o Renan Filho volta a ter poder de influência. No caso do Arthur Lira, ele tem poder de influência em nível nacional, mas nem sempre isso se se reflete no cenário local. Às vezes você tem questões locais municipais que tem que ser resolvida com o governador e não adianta aliança com o presidente, por exemplo”, completa Ranulfo Paranhos.
O cientista político destaca a liderança de Renan Filho nas pesquisas de intenção de voto, “virtualmente eleito”, e que isso deve manter os aliados por perto.
“Mas na comparação de influência política entre Renan Calheiros, Renan Filho versus Arthur Lira, o Arthur Lira está à frente quando o assunto é Brasília, e isso está muito claro. Ele é o presidente da Câmara dos Deputados e o canal de interlocução com o centrão, que sustenta politicamente o atual governo”, comenta. “Mas se essa influência vai se refletir em resultado, ou seja, jurisprudência, se vai comprometer ou não a decisão do Gilmar Mendes, é outra coisa. Tanto Renan Calheiros quanto Arthur Lira são políticos importantes em Brasília”, completa Ranulfo Paranhos.
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