O prefeito de Maceió, JHC, enfrenta a primeira grande paralisação de servidores públicos do seu mandato. Servidores municipais de todas as categorias prometem paralisar as atividades nesta quarta-feira (13) e ir às ruas. De acordo com os servidores, eles querem “mostrar a verdadeira Maceió". Os servidores cobram reajuste salarial e condições de trabalho melhores.

Além dos órgãos públicos municipais, escolas, creches e serviços de saúde terão as atividades suspensas durante a greve geral. A mobilização foi decidida durante assembleia unificada realizada na semana passada. Além do reajuste salarial, a campanha se posiciona em defesa das escolas, que estão com sérios problemas estruturais, e faz a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), contra a privatização e a contratação de empresas para gerir postos.

O Sindicato dos trabalhadores da Saúde, Previdência, Seguro Social e Assistência Social de Alagoas (SINDPREV-AL) e demais entidades que fazem parte do Movimento Unificado dos Servidores Públicos Municipais de Maceió estiveram reunidos na segunda-feira (11) com o secretário municipal de Governo, Ivan Carvalho. As entidades cobraram celeridade no processo de negociação. “A data-base de todas as categorias é o mês de janeiro e já estamos em abril”, afirmou o diretor do sindicato, Juarez Teixeira.

“Infelizmente, a reunião não rendeu avanços concretos. O secretário Ivan Carvalho se limitou a dizer aos sindicalistas que iria se reunir com o secretário municipal de Economia, João Felipe Borges para repassar as informações que colheu na reunião. Diante da situação de impasse junto aos gestores municipais, o Movimento Unificado marcou a paralisação geral de 24 horas de todos os servidores públicos em Maceió”, disse a diretoria sindical.

Protesto

Uma manifestação dos servidores está marcada para as 9 horas da manhã desta quarta-feira, em frente ao prédio da Secretaria Municipal de Gestão (SEMGE). “Vale lembrar que já foram realizadas várias reuniões e a gestão municipal não mostrou, na prática, nenhum avanço na negociação. Até agora, nada. Falam na questão da progressão, mas progressão é direito. Os servidores públicos de Maceió de todas as categorias cobram a justa recomposição salarial, porque é fato real que os salários vêm perdendo poder de compra. Enquanto isso, a prefeitura tem reajuste em mais de 10%”, declarou a diretoria do SINDPREV-AL.

Nesta quarta, os locais de trabalho dos servidores também devem ser visitados para registrar as reclamações dos usuários, que sofrem com o serviço precário das unidades e são os mais afetados com o descaso. O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Maceió e Região Metropolitana do Estado de Alagoas ( Sindspref), Sidney Lopes, diz que a Prefeitura de Maceió precisa assumir compromissos firmados com o serviço público. "Estamos pedindo 16% e JHC não nos oferece nada. Queremos o que é nosso por direito e que o prefeito assuma seus compromissos com o servidor", afirmou o sindicalista.

Segundo a sindicalista Alessandra Costa, presidente do Sindicato de Assistentes Sociais do Estado de Alagoas, a Prefeitura alegou problemas financeiros para propor um aumento salarial aos servidores. "Nós queríamos que o prefeito JHC se sensibilizasse. Ele veio com uma chamada pública para que entidades privadas sem fins lucrativos gerenciassem as unidades básicas de saúde, são R$ 72 milhões. Então pergunto: como não tem dinheiro desse jeito?”, questiona a líder sindical.