A deputada federal Tereza Nelma confirmou à reportagem da Tribuna Independente que está deixando do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e o principal motivo é a falta de abertura para o diálogo com o presidente estadual, o senador Rodrigo Cunha. “Eu me considero uma conservadora e não gostaria de mudar de partido, mas não temos espaço para a nossa militância em Alagoas”, afirmou.

A parlamentar, que é líder da bancada federal alagoana, ainda não definiu as próximas filiações, mas o prazo é até o próximo dia 2 de abril. “O PSDB tem um movimento de mulheres muito forte em nível nacional e consigo atuar na Câ mara Federal. O meu problema é local. O partido em Alagoas se resume ao senador Rodrigo Cunha e o seu grupo. Ontem [segunda-feira, 21] mesmo ele se reuniu com o prefeito de Maceió, JHC, e não fui convidada. É como se eu não existisse”, disse a deputada.

Apesar das queixas, Tereza Nelma afirma que deixa o partido de forma pacífica e que ligou para todos os seus colegas comunicando os seus motivos. “Desde setembro de 2020 que o senador não abre espaço para dialogarmos. Ele nunca me procurou, mesmo com minha atuação na Câmara Federal. Agora vou seguir meu caminho e lutar por minha reeleição para continuar com a minha política de construção, e não de troca”, ressaltou.

Tereza Nelma informou que já tem dialogado com representantes de vários partidos e diz que tem preferência pelos que trabalham pelo povo. “Eu voto com os eleitores, com os trabalhadores de Alagoas e até o próximo dia 30 de março devo ter definido meu novo partido. Gostaria muito de ser reeleita e continuar com meus projetos sociais e de infraestrutura para Alagoas. Acredito que podemos continuar transformando nosso estado”, avalia.

“Quero um partido que me valorize, onde haja a discussão política para o bem da população e não focado em projetos individuais. Sou do coletivo”, continuou. A reportagem da Tribuna não conseguiu contato com o senador e presidente do PSDB, Rodrigo Cunha.

TERCEIRA VIA

Com relação a quem Tereza Nelma apoia para presidente, ela garante que não existe a possibilidade de apoiar a reeleição de Bolsonaro (PL). “É um governo alheio à situação do país. A impressão que dá é que ele legisla para os Estados Unidos e não para o povo brasileiro. Eu tenho esperança que haja uma terceira via”, opinou.

A deputada aponta o atual governo federal como responsável pelo aumento da pobreza no Brasil. “O povo está cada vez mais pobre, os trabalhadores com menos direitos, as políticas públicas sendo desmontadas e todos os dias ele aparece com uma pérola nova. Com mais cortes nas políticas sociais. Somente o seu grupo que discute o destino do Brasil. É possível que isso acabe esse ano”, concluiu.