Política

Com privatização, acesso à água será ainda mais difícil para alagoanos

Empresas vencedoras irão explorar o serviço por 35 anos

Por Ascom Urbanitários/AL 17/12/2021 17h41
Com privatização, acesso à água será ainda mais difícil para alagoanos
Reprodução - Foto: Assessoria
O acesso à água ficará ainda mais difícil para os/as alagoanos/as, especialmente os mais carentes, após o governo, no dia 13 de dezembro, privatizar a água do Estado, entregando as regiões do agreste, sertão, zona da mata e litoral ao capital privado. A universalização dos serviços de abastecimento e saneamento agora ficará apenas nos discursos políticos, pois na prática o que os alagoanos vão ter é tarifas mais caras, piora na qualidade dos serviços e falta de água para os mais pobres. As empresas vencedoras, que irão explorar o serviço por 35 anos foram, o consórcio Alagoas, que operará o bloco B, é formado pela espanhola Allonda e a brasileira Conasa; e o consórcio Mundaú, responsável pelo bloco C, é composto pela empresa espanhola Cymi e a brasileira Aviva Ambiental. O povo alagoano já vem sofrendo com a privatização do bloco A, envolvendo Maceió e mais 13 municípios vizinhos. As reclamações contra a BRK, empresa privada que assumiu a distribuição de água e o esgotamento aumentam a cada dia. As reclamações contra a Equatorial, que controla a distribuição de energia são as mesmas. É importante lembrar que essa privatização da água só foi possível após a aprovação da Lei nº 14.026/2020, pelo governo Bolsonaro, que atualizou o marco legal do saneamento, sufocando as empresas estaduais de saneamento e empurrando, goela abaixo, a privatização de todo o sistema. FISCALIZAÇÃO O Sindicato fiscalizará essa privatização, especialmente observando como ficará a situação dos povoados, com populações pequenas, que estão fora do atendimento da empresa privada. O edital aprovado retirou esses pequenos povoados da obrigação da concessionária privada, mas não diz quem irá atendê-los. Outra preocupação é com a tarifa da zona rural, pois nas regiões do sertão em especial, a pobreza é grande e a população não tem recursos necessários para pagar as altas tarifas cobradas por empresas privadas, que somente fornecem o líquido precioso a quem pode pagar, não tendo qualquer compromisso social. O futuro da CASAL e dos/as seus/as trabalhadores/as também será objeto de constante acompanhamento. O Sindicato irá buscar as garantias de que a companhia permaneça viável e prestando o serviço conforme previsto no edital de privatização.