Política

Estadão encomenda pesquisa sem Lula e Bolsonaro para “indicar potencial de Moro”

Coluna do Estadão encomendou pesquisa à Quaest sem Lula e Bolsonaro em meio ao desespero para tentar alavancar o nome de Sergio Moro como candidato da terceira via

Por Plinio Teodoro com Revista Fórum 13/12/2021 07h39
Estadão encomenda pesquisa sem Lula e Bolsonaro para “indicar potencial de Moro”
Reprodução - Foto: Assessoria
Em meio ao desespero para tentar catapultar uma pré-candidatura da terceira via – até o momento sem sucesso -, o Estadão agora resolveu limar das pesquisas que encomenda os nomes de Lula (PT), que lidera com folga os levantamentos, e de Jair Bolsonaro (PL), que aparece sempre na segunda colocação. A Coluna do Estadão, de Alberto Bombig, encomendou uma pesquisa à Quaest para indicar o potencial de Sergio Moro (Podemos) sem o petista e o atual presidente. Segundo dados revelados na edição deste domingo (12), com Lula e Bolsonaro, apenas 37% acham que o ex-juiz da Lava Jato deveria concorrer à Presidência e 50% avaliam que não. Sem os dois nomes que estão à frente da disputa, segundo o Estadão, “55% enxergam a decisão de Moro de se candidatar a presidente como acertada”. O estudo ainda mostra o óbvio, que há maior rejeição de Moro nos eleitorados dos adversários: 57% entre os simpatizantes do petista e 52% entre os do atual presidente. A incipiente especulação, que não deve ser cogitada nem mesmo nas pesquisas de tracking da campanha morista, ganhou destaque na capa do portal do folhetim da família Mesquita: “Pesquisa indica potencial de Moro entre os eleitores do grupo ‘nem-nem’ para 2022”. Os delírios do jornal da Marginal Tietê   Situado às margens do rio Tietê na capital paulista, o Estadão e seus editorialistas vivem uma espécie de delírio coletivo com a possibilidade de Lula ganhar a disputa ainda no primeiro turno e voltar à Presidência. Porta-voz das oligarquias desde os tempos em que anunciava seu apoio ao escravismo com anúncios para captura de seres humanos foragidos das senzalas – em uma espécie de capitão-do-mato impresso -, o Estadão delirou nesta semana em mais um editorial contra o que ele classifica como “lulopetismo”, afirmando de forma surreal que “o PT nunca atuou seriamente para responsabilizar Jair Bolsonaro pelos seus atos”. Após anunciar que a eleição de 2018 foi uma “escolha muito difícil” na disputa entre Fernando Haddad (PT) e Bolsonaro, em claro apoio ao governo protofascista que viria, o folhetim ultraconservador diz que “que o PT tem sido escandalosamente conivente com o governo federal”. Na semana anterior, o Estadão censurou em sua edição impressa parte da entrevista em que Pérsio Arida critica a política econômica neoliberal do governo Bolsonaro. Entre outras críticas, o economista afirmou: “O governo cavou seu próprio buraco. Uma péssima gestão econômica, já contratou um panorama recessivo para o ano que vem. O governo vai colher o que plantou”. Em outro trecho, Arida disse: “A única forma de você ter um ano melhor em 2022 é imaginar que esse governo vai acabar e que vai entrar um melhor no ano que vem. Caso contrário, o destino do Brasil já está selado”.