Política

União Brasil divide opiniões de filiados

Integrantes das legendas Democratas (DEM) e PSL, que já foi partido de Bolsonaro, analisam o cenário que se apresenta com a fusão

Por Editoria de Política com Tribuna Independente 09/10/2021 09h08
União Brasil divide opiniões de filiados
Reprodução - Foto: Assessoria

Apesar de ainda precisar ser aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que deve ocorrer sem nenhuma dificuldade, o último dia 6 marcou a fusão entre os partidos para a criação de uma nova legenda, com o nome de União Brasil e o número 44 nas urnas.

Filiados das legendas em Alagoas foram ouvidos pela reportagem da Tribuna Independente sobre a criação do União Brasil. “Na verdade, se fosse para resgatar alguma coisa tinha que colocar o nome de frente liberal e não de União Brasil, para tentar resgatar a história do Brasil e não do partido e não tentar criar um partido novo. Nem o número preservaram”, avalia o deputado estadual Davi Maia, ainda filiado ao DEM.

O deputado avalia que a análise da terceira via ainda é uma viável e acredita que ela possa ter viabilidade e pontua que os nomes até o momento apresentados como presidenciáveis pela nova legenda são bons nomes.

“Entre eles o ex-ministro da saúde, [Luiz Henrique] Mandetta. O [José Luiz] Datena, até por toda a exposição que tem, e o presidente do senado Rodrigo Pacheco, são nomes que precisam ser medidos durante a campanha”.

Gaby Ronalsa entende que a terceira via vem com o cenário centro/direita para unir forças.

“Ela vem como uma opção de quebrar a polarização. Estou aqui para caminhar junto e unida, buscando resolver os problemas da população de Alagoas e do Brasil. E o partido, ainda, não definiu quem apoiará para presidência da República. Existem muitos nomes e figuras qualificadas diante da fusão. Que os futuros candidatos e partidos mostrem ao povo qual é a sua proposta. O projeto deve privilegiar o melhor para os cidadãos brasileiros. A união desses partidos resulta num quadro de políticos preparados para a disputa. Vamos esperar e pensar sempre no melhor para o Brasil”.

Do lado do PSL, aparece o fiel escudeiro do presidente Jair Bolsonaro, em Alagoas, o policial federal Flávio Moreno, que até pouco tempo comandava a sigla no estado. Ele analisa como positiva a fusão e diz que ela vai contribuir para diminuir o número de partidos no Brasil. Flávio ainda tem esperanças de que com a fusão, tenha condições para o ingresso de Jair Bolsonaro na legenda.

“O PSL já vota em 97% das pautas do Governo e o DEM em 93%. Além de possuírem ministros no Governo. Creio em uma grande aliança da centro-direita em torno de Bolsonaro para derrotar o lulopetismo que governou o país durante 16 anos”, defendeu Flávio Moreno.

COLIGAÇÕES

A cientista política Luciana Santana, avalia que esse tipo de comportamento vai ser mais constante, porque com o fim das coligações o que está em jogo, segundo ela, é a sobrevivência política sobretudo de lideranças já consolidadas.

“É uma forma de eles [os partidos] poderem se beneficiar do fundo partidário, de ter chapas fortes e competitivas, já que são partidos teoricamente menos ideológicos. Com essa fusão teremos um aumento da bancada no Legislativo. Será a principal bancada, no caso com 82 deputados. É uma tendência que esse novo partido venha forte para eleição de 2022 e continue sendo ou a maior bancada ou estando entre as maiores bancadas, com forte poder inclusive para pleitear os nomes para a presidência da Câmara e do Senado. Se não ocorrer outro cenário”.

Em relação a Alagoas, a cientista pontua que o PSL era um partido fraco, mas que o DEM pode tentar recuperar uma força que vem perdendo dentro do estado. “Pode ser que com essa fusão ele volte a crescer e volte até a ter mais força política nas próximas eleições. Não acho que isso vai impactar tanto na eleição para Assembleia Legislativa, mas pode impactar para a eleição de prefeituras em 2024”.

Luciana ressalta que a discussão sobre a terceira via é uma coisa muito complexa, pois não está totalmente claro o significado dela.

“É só não ser Bolsonaro, nem Lula? Para mim é pouco palpável porque para ser uma via que hoje bata de frente com os dois tem que ser uma via mais coesa e competitiva e a gente não tem. A gente tem vários partidos que têm se colocado como alternativa, mas que não têm clareza de quem é ou quem serão os candidatos. Até março a gente pode até ter mais clareza e uma coalizão de forças de partidos que consiga abarcar essa tal de terceira via. Em Alagoas essa fusão interfere pouco no cenário político”.