Política

Governo pode publicar mais um decreto e setores querem flexibilização

Por Carlos Victor Costa com Tribuna Independente 08/07/2021 08h14
Governo pode publicar mais um decreto e setores querem flexibilização
Reprodução - Foto: Assessoria
O governo estadual deve publicar um novo decreto sobre o chamado distanciamento social controlado nesta quinta-feira (8). Com a redução da ocupação de leitos de UTI, a expectativa é de que ocorra a retomada gradual das atividades do setor de eventos em Alagoas, já que a categoria tem buscando convencer o governador Renan Filho (MDB) pela flexibilização em seus decretos voltados a este setor. Segundo o organizador de eventos e diretor presidente da Assessores e Cerimonialistas de Alagoas (ACAL), Helion Dionísio, a categoria está confiante na flexibilização do decreto governamental, já que os números de casos estão reduzindo e a vacinação está avançando. Ele destaca alguns dos argumentos para a retomada das atividades. “Uma retomada gradual, controlada seja com horário ou limitação de pessoas. São pequenos eventos, casamentos, aniversários e festas intimistas com público controlado. Todos os convidados dos nossos eventos são mapeados [amigos e familiares na grande maioria]. Nós temos um protocolo aprovado e constituído junto com a vigilância sanitária. Todos os nossos protocolos, números e informações foram enviados aos secretários Rafael Brito quando secretário de Turismo, para Alexandre Ayres, da Saúde, e agora para o atual secretário de Turismo, Marcius Beltrão, além do chefe do Gabinete Civil, Fábio Farias”. De acordo com a cantora Gabi Leite, que faz apresentações em cerimônias, recepção de casamentos, festas e formaturas, a categoria tentou por diversas vezes apresentar argumentos para o governo estadual, mas até ontem (7), não havia qualquer sinalização. “Protocolamos um ofício no Gabinete Civil, com algumas sugestões para retomada segura. Mas, não houve retorno. Nunca conseguimos sentar para iniciar um diálogo para o retorno. Já vamos para um ano e cinco meses quase sem poder trabalhar”. Para ela, há condições dos eventos voltarem com segurança. “Nossas festas não têm rotatividade de pessoas como em bares e restaurantes. São só os convidados. Sugerimos diminuir o percentual, fazer festas menores, com todo protocolo de segurança já usado, com cerimonial acompanhando com antecedência toda lista de convidados”. Segundo a assessoria da Sedetur, não houve reunião do secretário Marcius Beltrão com o setor de eventos para tratar do retorno das atividades da categoria e que a retomada do setor depende do cenário da pandemia e dos dados do boletim epidemiológico. A reportagem da Tribuna buscou contato também com o secretário de Saúde do estado, Alexandre Ayres, para saber se haverá a manutenção do atual decreto ou se pode haver a regressão. A assessoria da secretaria informou que ainda não tem previsão e que o Governo de Alagoas está analisando os números. Observatório faz alerta sobre leitos com maior ocupação no interior   De acordo com o membro do Observatório Alagoano de Políticas Públicas para o Enfrentamento da Covid-19, Denisson da Silva Santos, com o avanço da vacinação, mesmo que lento, possibilita algum grau de flexibilização. “A grande questão não é se flexibilizar mais ou não. Mas sim, onde flexibilizar tanto em questões de setores econômicos como de regiões de saúde de Alagoas. Por exemplo, no interior ainda há uma tendência crescente de casos, e vários municípios com UTIs em nível crítico”, apontou. Denisson disse ainda que é importante destacar que por mais que comece a ter uma inclinação de queda ainda não estamos com o vírus controlado. “É necessário ainda avançar mais com a vacinação e manutenção dos cuidados sanitários. Mas quanto à ocupação dos leitos de UTIs, é importante observar que embora no geral esteja em nível tolerável, isso não é verdade para o interior do estado onde há várias cidades em nível crítico, como Coruripe com 100% de ocupação”. A infectologista Luciana Pacheco explica que até o momento o governo do estado tem baseado a flexibilização das medidas de controle na pandemia em três pilares: ocupação de leitos de UTI, número de hospitalizações e óbitos. “Enquanto esses indicadores estiverem altos não creio em mais flexibilização. Os estudos epidemiológicos indicam que a pandemia poderá ser controlada quando cerca de 80% da população estiver imunizada contra a Covid-19, e ainda não temos esse percentual, infelizmente e apesar do esforço do Governo Estadual e dos municípios. Se o avanço seguir como está agora, creio que até o final do ano a maior parte da população terá tomado as duas doses necessárias para a proteção adequada conferida pela maioria das vacinas. Então, ainda é precoce flexibilizar mais as medidas que evitem aglomeração”.