Política

'Últimos dias de pobre': Negociadores da Davati celebravam valores de venda de vacina

Mensagens obtidas através de perícia ao celular de Dominguetti mostram ainda que Bolsonaro sabia da negociata

Por Lucas Rocha com Revista Fórum 07/07/2021 08h39
'Últimos dias de pobre': Negociadores da Davati celebravam valores de venda de vacina
Reprodução - Foto: Assessoria
Com a quebra do sigilo do empresário Luiz Paulo Dominguetti pela CPI do Genocídio, ficaram expostas mensagens que mostram figuras envolvidas na negociata entre o Ministério da Saúde e a Davati Medical Supply por vacinas contra a Covid-19 celebrando o montante de dinheiro que esperavam receber. “Bora reservar o jaguar e uma casa em Brasília. kkkkk…”, diz Dominguetti em uma das mensagens obtidas pela coluna Radar, da Revista Veja. Um contato identificado como “Amauri Vacinas Embaixada” nega que vá gastar o dinheiro das vacinas em um Jaguar e sugere um de outra marca. Um terceiro interlocutor, nomeado como “Andrei Compra Vacina” celebra na sequência: “Últimos dias de pobre! kkk”. Em outra troca de mensagens, exposta pela GloboNews, aparece o nome do presidente Jair Bolsonaro: “O dono da Davati enviou e-mails pessoalmente. Segundo informações o próprio presidente Bolsonaro já foi informado das vacinas”. Dominguetti ganhou as manchetes após denunciar que o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, teria negociado propina de um dólar por dose de vacina com a Davati em um negócio de 400 milhões de unidades do imunizante Chadox, desenvolvido pela Universidade de Oxford com a AstraZeneca. A farmacêutica nega que a Davati seja uma representante autorizada. Seu depoimento à CPI deixou senadores sob alerta após ele divulgar vídeo com o objetivo de deslegitimar depoimento dos irmãos Miranda. Reportagem do Jornal Nacional exibida no sábado (3) mostrou que o valor negociado com o Ministério da Saúde seria superior ao que foi denunciado por Dominguetti na suposta propina solicitada.