Política

'Auditor de Bolsonaro' é filho de colega do presidente que ganhou cargo na Petrobras

Ricardo Silva Marques se formou na AMAN em 1977, mesmo ano em que Bolsonaro se graduou na academia; em 2019, ainda na ativa, ganhou o cargo na gerência executiva de Inteligência e Segurança Corporativa da Petrobras

Por Plinio Teodoro com Revista Fórum 10/06/2021 07h16
'Auditor de Bolsonaro' é filho de colega do presidente que ganhou cargo na Petrobras
Reprodução - Foto: Assessoria
Pai de Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, auditor que produziu o relatório fake do Tribunal de Contas da União (TCU), o coronel reformado Ricardo Silva Marques foi colega de Jair Bolsonaro (Sem Partido) na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) e ganhou do governo um cargo na gerência de inteligência da Petrobras. Segundo reportagem do site Metrópoles, o coronel é apontado pelo próprio filho como responsável pelo vazamento do documento, que deu suporte para Bolsonaro falar que o número de mortos pela Covid-19 seria a metade do que foi divulgado pelo próprio Ministério da Saúde em 2020. Ricardo Silva Marques se formou na AMAN em 1977, mesmo ano em que o presidente se graduou na academia. Em 2019, ainda na ativa, ganhou o cargo na gerência executiva de Inteligência e Segurança Corporativa da Petrobras. No ano passado, Marques foi para a reserva. Também em 2019, Alexandre Marques, que é amigo dos filhos de Jair Bolsonaro, foi indicado para uma diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O nome do auditor, no entanto, foi barrado pelo próprio TCU, que apontou conflito de interesse, uma vez que o BNDES é um dos órgãos fiscalizados pelo tribunal de contas. AFASTAMENTO Nesta quarta-feira (9), Alexandre Marques foi afastado por 60 dias de suas funções pela presidente do TCU, ministra Ana Arraes, que pediu a instauração de um processo administrativo disciplinar contra o servidor. Ela também informou que pedirá à Polícia Federal que abra inquérito para apurar a conduta do auditor. Com a decisão, o servidor ficará impedido de entrar no prédio do TCU e de ter acesso aos sistemas internos de processos da Corte.