Política

Governo não aceitou propostas que previam 1,5 milhão de doses ainda em 2020, diz Pfizer

Executivo da empresa disse à CPI que ofereceu ao governo 70 milhões de doses, não aceitas

Por G1 14/05/2021 00h05
Governo não aceitou propostas que previam 1,5 milhão de doses ainda em 2020, diz Pfizer
Reprodução - Foto: Assessoria
O gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, afirmou nesta quinta-feira (13) à CPI da Covid que o governo brasileiro não respondeu no ano passado a ofertas de contratos apresentados pela empresa que previam 1,5 milhão de doses da vacina ainda em 2020. O Brasil acabou fechando contrato com a Pfizer só em 19 de março deste ano, quando a pandemia estava no auge, o sistema de saúde nos estados estava em colapso e a vacinação no país mantinha-se em ritmo lento. As primeiras doses da Pfizer começaram a chegar nos últimos dias de abril. "Nossa oferta de 26 de agosto, como era vinculante, e como estávamos nesse processo com todos os governos [de outros países] tinha validade de 15 dias. Passados esses 15 dias, o governo do Brasil não rejeitou, mas tampouco aceitou", afirmou Murillo, citando uma das propostas. De acordo com o executivo da Pfizer, a empresa apresentou, em agosto, três propostas para o governo, que ficaram sem resposta. As três previam um contrato de 30 milhões de doses ou de 70 milhões de doses. Os termos das propostas para 70 milhões de doses em agosto, segundo Murillo, foram os seguintes: 1ª PROPOSTA (14 de agosto de 2020) 500 mil doses ainda em 2020 1,5 milhão de doses no 1º trimestre de 2021 5 milhões de doses no 2º trimestre de 2021 33 milhões de doses no 3º trimestre de 2021 30 milhões de doses no 4º trimestre de 2021 2ª PROPOSTA (18 de agosto de 2020) 1,5 milhão de doses ainda em 2020. 1,5 milhão de doses no 1º trimestre de 2021 5 milhões de doses no 2º trimestre de 2021 33 milhões de doses no 3º trimestre de 2021. 29 milhões de doses no 4º trimestre de 2021 3ª PROPOSTA (26 de agosto de 2020) 1,5 milhão de doses para 2020 3 milhões de doses para o 1º trimestre de 2021 14 milhões de doses para o 2º trimestre de 2021 26,5 milhões de doses para o 3º trimestre de 2021 25 milhões de doses para o 4º trimestre de 2021 Em todas as ofertas, o preço foi de US$ 10 por dose, segundo Carlos Murillo. A Pfizer já havia relatado em nota, em janeiro de 2021, que havia feito as ofertas para o país. Murillo relatou à CPI que, depois das ofertas de agosto, foram feitas ao governo brasileiro propostas também no mês de novembro. A partir de então, todas as ofertas só se referiam a 70 milhões de doses. Também as de novembro não foram aceitas pelo Brasil 4ª PROPOSTA (11 de novembro de 2020) 2 milhões de doses para o 1º trimestre de 2021 6,5 milhões de doses para o 2º trimestre de 2021 32 milhões de doses para o 3º trimestre de 2021 29,5 milhões de doses para o 4º trimestre de 2021 5ª PROPOSTA (24 de novembro de 2020) Mesma previsão de doses da proposta de 11 de novembro Em fevereiro de 2021, houve nova proposta, desta vez de 100 milhões de doses. Também não foi aceita. 6ª PROPOSTA (15 de fevereiro de 2021) 8,7 milhões de doses para o 2º trimestre; 32 milhões de doses para o 3º trimestre; 59 milhões de doses no 4º trimestre