Política

Bolsonaro diz que 'querem me culpar pelas 200 e tantas mil mortes'

Em encontro com apoiadores, Bolsonaro voltou a creditar ao tratamento precoce com cloroquina, que não tem comprovação científica, o motivo pelo qual "está morrendo menos gente aqui"

Por Plinio Teodoro com Revista Fórum 03/03/2021 08h31
Bolsonaro diz que 'querem me culpar pelas 200 e tantas mil mortes'
Reprodução - Foto: Assessoria
No dia em que o Brasil bateu recorde no número de mortes pela Covid-19 – com 1.641 em 24 horas (1.726, segundo consórcio de imprensa) -, Jair Bolsonaro (sem partido) se eximiu da culpa pelos 257.361 brasileiros que foram vitimados pela doença e relativizou o avanço da pandemia no país, dizendo que “há outros países, com IDH, renda e orçamento melhor do que o meu que tem mais gente morrendo por milhão de habitantes”. “Querem me culpar pelas 200 e tantas mil mortes. O Brasil é o 20º país do mundo em mortes por milhão de habitantes. A gente lamenta? Lamentamos. Mas tem outros países com IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), renda e orçamento melhor que o meu em que morre mais gente”, disse a apoiadores ao chegar no Palácio da Alvorada no fim da tarde desta terça-feira (2). O Brasil só fica atrás dos EUA no número de mortes pela Covid-19 e nas últimas 24 horas acumulou mais mortes do que 112 países registraram em toda a pandemia, segundo dados da Universidade Johns Hopkins. Na sequência, Bolsonaro voltou a creditar ao tratamento precoce com cloroquina, que não tem comprovação científica, o motivo pelo qual “está morrendo menos gente aqui”. “E por que está morrendo menos gente aqui? Tem que ter uma explicação. Seria o tratamento precoce? Se ficar em casa até sentir falta de ar, como dizia o sr. Mandetta, você vai para o hospital para ser intubado. E, se for intubado, você sabe, né? Em torno de 60% a 70% das pessoas infelizmente entra em óbito”, afirmou. O presidente ainda voltou a se eximir da responsabilidade pelas medidas de contenção do coronavírus, como o isolamento social, que está sendo decretado por muitas cidades e estados em razão do aumento do contágio na segunda onda da pandemia. “Segundo o STF, isso cabe a governadores e prefeitos. Lockdown não é culpa minha: é de governadores e alguns prefeitos”, afirmou.